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Sequestro de carbono e produção de látex

O Globo, Negócios & Cia, p. 30
Autor: OLIVEIRA, Flávia
26 de Out de 2011

Sequestro de carbono e produção de látex
Rio vai usar seringueiras para recuperar florestas, gerar renda e fabricar borracha

O Inea fez, no início do mês, o primeiro plantio combinado de mudas de seringueiras e de árvores nativas da Mata Atlântica, para recuperar florestas degradadas do estado. Foi em um assentamento do Incra, em Sítio São João, em Magé. A ação une o Programa Jogos Limpos, para neutralização das emissões de gases de efeito estufa (GEE) gerados pelos Jogos 2016, ao projeto Rio Látex. "A meta é restaurar áreas de florestas degradadas, gerar renda ao pequeno proprietário rural e produzir matéria prima para a indústria fluminense", explica Marilene Ramos, presidente órgão ambiental. A meta é plantar as agroflorestas em diversas regiões, para garantir seqüestro de CO2 e produção local de látex.
Empresas como Michelin e Lemgruber já são parcerias do governo do estado no projeto. A estratégia consiste no plantio consorciado de seringueiras e árvores nativas, incluindo espécies comerciais, como as frutíferas. "A seringueira leva sete anos para produzir látex. Nesse prazo, os produtores garantem renda com outras culturas", diz Denise Rambaldi, vice-presidente do Inea. A Embrapa preparou quatro híbridos da seringueira adaptados a microclimas do Rio. Serão produzidos pela Pesagro em cinco jardins clonais, que serão instalados em áreas do estado. Serão 2,5 milhões de mudas até 2015. A agrofloresta de seringueiras e espécies nativas tem duplo benefício. Sequestra mais gás carbônico do que as florestas exclusivas de Mata Atlântica. Além disso, as espécies nativas protegem a seringueira do vento, o que eleva em 10% a 15% a produção de látex. No total, o programa está orçado em mais de R$ 400 milhões. Até aqui, já recebeu R$ 5 milhões do Fecam e da Embrapa. O Inea e a Secretaria estadual de Desenvolvimento vão iniciar, agora, a captação de investimentos privados.

O Globo, 26/10/2011, Negócios & Cia, p. 30

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