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SENSO CRÍTICO

Fonte Brasil
Autor: Edersen Lima
16 de Nov de 2007

Brasília - Tem médico, advogado, professor e jornalista em Roraima que fica indignado quando alguém afirma que a Amazônia está sendo internacionalizada. Isso, pra essa gente, é o absurdo dos absurdos. Das duas uma, ou se trata de ignorância múltipla ou de cinismo barato.

O último exemplo de que há ingerência internacional sobre a Amazônia está na missão oficial divulgada através de assessoria de imprensa que o cacique ianomami Davi Kopenawa está cumprindo na Europa denunciando suposta mineração em terras indígenas e pedindo providências de países como a Inglaterra, Itália, Alemanha e Noruega para que, como se donos fossem, resolvam o problema que o governo brasileiro não sabe resolver.

Davi Kopenawa vive em terras brasileiras, fala enrolado, mas não se tem certeza de onde nasceu. Provavelmente, ele e muitos outros ianomamis, imigraram da Guiana ou da Venezuela pois são nômades, vivem andando de lá pra cá, mudando de regiões, e graças a isso ganharam no governo Collor 9,4 milhões de hectares para serem administrados por ONGs estrangeiras, onde a entrada de brasileiros é proibida, salvo permissão da Funai ou das ONGs.

Assim, Davi foi reclamar para quem entende que pode proteger ele e seu povo: o europeu. A reclamação é que 600 garimpeiros teriam invadido as terras ianomami e estariam trazendo aos índios doenças tipo malária, gripe, além de distribuírem bebidas alcóolicas e drogas nas malocas.

Há duas semanas, Davi teria encarado o presidente Lula durante uma conferência e teria lhe dito: "Os ianomami não querem mineração em terras indígenas. O governo (do Brasil) precisa ter muito cuidado porque não sabe conversar com a natureza, mas a mineração danificará os pulmões da terra e deixará uma hemorragia mundial". "Danificará", "hemorragia"!

A declaração está percorrendo o mundo e é de se espantar os termos e colocações feitas no linguajar de Davi Kopenawa. "O governo (do Brasil) precisa ter muito cuidado porque não sabe conversar com natureza", é de se refletir, sem ignorância múltipla e muito menos com cinismo barato.

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