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Seminário discute implantação da Licenciatura Intercultural para os povos indígenas do Paraná

Agência Estadual de Notícias - www.aenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=51254
14 de Out de 2009

O I Seminário Estadual de Licenciatura Intercultural, aberto nesta terça-feira (13), no Campus da Universidade Estadual de Maringá (UEM), vai discutir, até sexta-feira (16), com representantes das instituições de ensino superior do Paraná e universidades federais de Roraima, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, da Comissão Universidade para os Índios (CUIA), lideranças e organizações indígenas, a implantação da Licenciatura Intercultural para os Povos Indígenas no Estado do Paraná.

Durante toda semana, representantes de diversas instituições de ensino, caciques e lideranças indígenas vão discutir e participar de debates e mesas-redondas com especialistas para tratar, planejar e elaborar a proposta pedagógica da Licenciatura Intercultural, com vistas a garantir uma formação escolar específica de direito dos povos indígenas, bem como atender a disposições legais.
Pela legislação do Estado o acesso de estudantes indígenas às universidades públicas está garantido através da reserva de vagas e realização de vestibular específico. No caso da UEM são reservadas, anualmente, seis vagas de graduação para indígenas. A opção de curso fica a critério do candidato.

Desafio - "Esse é um grande desafio, o primeiro de uma série de seminários e debates que iremos desenvolver, procurando expandir nossas ações e atitudes, pensando principalmente em proporcionar maior qualidade educacional aos povos indígenas do Paraná, a exemplo do que vem sendo feito com a educação básica e na formação dos docentes indígenas. Queremos ainda, para o início do próximo ano, anunciar concurso público específico para os professores indígenas dos anos iniciais.", disse o representante da Secretaria de Estado da Educação e chefe do Departamento da Diversidade, Wagner Roberto do Amaral.
Tarefa desafiadora que precisa ser compartilhada com toda a universidade, buscando sempre novos horizonte para a política de ensino superior. Para a coordenadora de ensino superior da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Sonia Maria Sperandio Lopes, essa iniciativa é extremamente importante e histórica no Brasil. "Esse desafio, sem dúvida alguma, vai ao encontro do que a Secretaria tem promovido no ensino superior do Estado. Além da ampliação da qualidade do ensino, a universalização e a democratização ao acesso à universidade são pontos cruciais para uma educação completa", afirmou.

Sônia destacou que muito tem sido feito pela educação no Paraná, seja na educação básica ou na superior. "Avançamos e investimos muito na área educacional. Temos as cotas raciais e sociais, o vestibular indígena e, agora, temos esse novo desafio pela frente, mais uma parceria significativa entre as secretarias da Educação e doa Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que vem dando muito certo, a exemplo do PDE", disse.

O I Seminário de Licenciatura Intercultural tem como objetivo, além discutir a proposta de implantação da Licenciatura Intercultural, fomentar o debate junto às outras instituições que já ofertam a licenciatura, abordando conteúdos como a legislação para a Educação Escola Indígena, Políticas Públicas para o Ensino Superior Indígena, Matriz Curricular do Ensino Superior, Projeto Político Pedagógico para a Licenciatura Intercultural no Paraná.

O vice-reitor da UEM, Mário Luiz Neves de Azevedo, enfatizou que a instituição reconhece que tem uma dívida histórica que precisa ser resgatada. "Acho fundamental a persistência dos professores da UEM em implantar cursos de graduação direcionados para os índios. A Universidade reconhece e legitima todos os esforços e trabalhos que visam executar políticas públicas de inclusão dos indígenas na educação superior, afinal, nós temos uma dívida histórica com eles, que são os verdadeiros donos das terras brasileiras. A inclusão dos índios nas universidades do Paraná é, em parte, uma forma de reparar esta dívida", ressaltou Azevedo.

Na cerimônia de abertura estiveram presentes o vice-reitor da UEM, Mario de Azevedo, o chefe do Departamento da Diversidade da Secretaria de Estado da Educação, Wagner Roberto do Amaral, a presidente da Associação dos Professores Indígenas, Janaína Kiutá Rodrigues, o cacique da Terra Indígena de Apucaraninha, Juscelino Vergílio, a coordenadora do Ensino Superior da Seti, Sonia Maria Sperandio Lopes, a representante da CUIA, Rosangela Célia Faustino, o diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UEM, Lúcio Tadeu Mota, entre outros participantes.

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