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Sementes terão uso restrito na próxima safra

GM, Agronegocio, p. B12
31 de Ago de 2005

Sementes terão uso restrito na próxima safra

O Brasil terá sementes transgênicas certificadas somente para a safra 2006/07, mas, ao contrário do que se imagina, as sementes não poderão atender a produtores dos quatro cantos do País. "A cultivar que será utilizada no Brasil, a DP Acala 90 B, é mais adaptada ao clima do Mato Grosso. Por isso, a maior parte da oferta deverá ser direcionada para lá", diz Richard Sherman, co-gerente-geral da MDM Sementes de Algodão. A empresa, que é uma joint-venture entre o Grupo Maeda e a Delta & Pine Land do Brasil, detém exclusividade sobre a produção e venda das sementes Bollgard no País.
A oferta de sementes transgênicas para a safra 2006/07 deve atingir de 100 mil a 200 mil sacas de 20 quilos de sementes, que serão suficientes para o plantio de 200 mil a 400 mil hectares, prevê José Saul Martus, co-gerente-geral da MDM. A oferta seria suficiente para atender de 70% a 100% do plantio no Mato Grosso.
Embora a tecnologia Bollgard tenha sido aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), as sementes ainda não começaram a ser multiplicadas. A MDM aguarda o registro de cultivar do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que deveria ter saído há quase quatro meses. Com o registro nas mãos, a empresa terá de importar as sementes dos Estados Unidos para multiplicá-las em fazendas em Minas Gerais, Goiás e Bahia.
A safra de algodão transgênico pirata deve dobrar de tamanho em 2005/06. Estima-se que o País plante 100 mil hectares de variedades contrabandeadas, ou 10% de toda a área cultivada no Brasil, de acordo com fontes do setor. As sementes foram trazidas ao Brasil da Austrália e Estados Unidos e multiplicadas sem autorização. A primeira e única variedade de algodão transgênico - a Bollgard, da Monsanto, resistente a lagartas - foi aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em março deste ano, porém as sementes certificadas só estarão disponíveis para o plantio da safra 2006/07.
"O governo precisa apressar seu processo de aprovação, senão vai acontecer o mesmo que ocorreu com a soja: os produtores não vão esperar", diz João Carlos Jacobsen, presidente da Associação Baiana de Produtores de Algodão.

GM, 31/08/2005, Agronegocio, p. B12

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