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Seca atinge nível crítico nos principais rios do Amazonas

OESP, Vida, p. A16
13 de Set de 2010

Seca atinge nível crítico nos principais rios do Amazonas
Vazante do Rio Negro já é pior do que a registrada na mesma época da seca de 1963; seis cidades[br]estão em alerta

Liège Albuquerque

O Rio Negro, que banha Manaus, estava na última sexta-feira apenas sete centímetros abaixo do registrado na mesma data em 1963, ano da maior seca da história. No dia 10 de setembro daquele ano, a cota do rio era de 20,33 metros ante 20,26 metros de sexta-feira. Os dados são do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Na seca de 1963, o Rio Negro atingiu em outubro, pico da estiagem, a marca de 13,64 metros.
O Rio Solimões, que banha a maior parte dos municípios do interior, está em nível ainda mais crítico. No dia 9, atingiu 32 centímetros negativos, ou seja, abaixo do zero da régua - medição menor do que o pico recorde registrado em 2005. O ano registrou a maior vazante do Solimões já aferida pelo CPRM. Em 2005, no pico da estiagem, verificado na primeira quinzena de outubro, a régua marcou dois centímetros positivos.
Os problemas que já acometem o interior, como isolamento de comunidades e barcos impedidos de atracar nos portos, começam a dar sinais também na capital. Há leitos de igarapés secos bem no meio de Manaus, como o igarapé do Quarenta, que corta a capital.
Com o Rio Negro a menos de cinco metros do nível crítico, a Capitania dos Portos já emitiu alertas. Segundo a assessoria do órgão, na semana passada foram registrados dois encalhes de barcos que estavam vindo para Manaus. Barcos menores tiveram de transportar passageiros até o porto.
O prefeito do município de Itamarati (a 980 quilômetros de Manaus), João Campelo, também vice-presidente da Associação Amazonense dos Municípios (AAM), afirmou que as plantações de vegetais e frutas de solo, como as de melancia e mandioca, estão destruídas. "Como se não bastassem os problemas de agora, ainda há o do futuro: como sobreviver."
Todos os municípios do Amazonas dependem de energia de termelétricas e já há cidades com estoque crítico de combustível. "As balsas que transportam combustível estão levando menos da metade para fugir do encalhe e pelo menos Itamarati, Tabatinga e Envira têm combustível para no máximo 15 dias", disse Campelo. Seis cidades decretaram estado de emergência, todos na calha do Solimões e Juruá: Tabatinga, Benjamim Constant, Atalaia do Norte, Itamarati, Ipixuna e Guajará.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100913/not_imp608995,0.php

Censo e eleições podem ser afetados pela estiagem

A estiagem que castiga os Rios Negro e Solimões trouxe mais trabalho aos funcionários que realizam o Censo no interior do Amazonas. De acordo com o coordenador do trabalho, Adjalma Nogueira, os recenseadores estão caminhando mais.
"Só não é pior porque boa parte dos igarapés ainda dá acesso por canoas." Há o temor ainda de prejuízo às eleições. O Tribunal Regional Eleitoral poderá solicitar o auxílio do Exército e Aeronáutica.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100913/not_imp608996,0.php

OESP, 13/09/2010, Vida, p. A16

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