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Sabesp reduz fornecimento a cidades e Guarulhos corre risco de ficar sem água

OESP, Metrópole, p. A16
13 de Mar de 2014

Sabesp reduz fornecimento a cidades e Guarulhos corre risco de ficar sem água
Medida será anunciada hoje e vale para municípios atendidos pelo Cantareira. Estado diz que medida é necessária para repassar aos 'clientes' da companhia exigências da Agência Nacional de Águas, que reduziu na 2ª a vazão máxima do sistema

Pedro Venceslau e Fabio Leite - O Estado de São Paulo

São Paulo - A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) anunciará nesta quinta-feira, 13, que as cidades permissionárias do Sistema Cantareira - aquelas que compram água da empresa no atacado - receberão a partir desta quinta-feira menos água e terão que encontrar saídas próprias para evitar o racionamento.
O governo alega que a medida é necessária para repassar aos "clientes" da Sabesp a exigência da Agência Nacional de Águas (ANA), que determinou desde segunda-feira a redução em 15,5% da captação de água máxima nas represas do Cantareira: de 33 mil litros por segundo para 27,9 mil.
PT versus PSDB. A Sabesp é a responsável direta pelo fornecimento de água em 364 dos 645 municípios paulistas. Nos demais, o fornecimento é feito pela prefeitura, que pode comprar água no atacado da empresa ou recolher em represas da região. A medida afetará diretamente duas cidades da Grande São Paulo que recebem água do Sistema Cantareira: Guarulhos e São Caetano. A primeira, que já vem sendo obrigada a fazer rodízio em seis bairros da cidade (com 210 mil pessoas afetadas), alega que já recebe menos água do que o determinado pelo contrato.
Dos 300 litros por segundo contratados, estariam entrando apenas 200 litros por segundo na segunda maior cidade do Estado. O governo, por sua vez, nega que esteja enviando menos água e culpa a prefeitura da cidade, que é administrada pelo PT, por não conseguir reduzir o consumo.
Enquanto São Caetano reduziu a demanda em 18% - 100 litros por segundo a menos, e evitou até agora um racionamento, Guarulhos não teria conseguido diminuir o consumo. Em nota, a prefeitura afirmou que Guarulhos "sofre historicamente pela vazão reduzida do volume de água enviado pela Sabesp".
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Guarulhos afirma, ainda, que faz ampla campanha de divulgação nos meios de comunicação e sugere medidas de economia. O conjunto de ações inclui, segundo o órgão, carro de som, cartazes, telemarketing e informes publicitários em emissoras de rádio e jornais impressos. "Ao mesmo tempo, será concedido desconto na conta para quem reduzir o consumo - 30% nas contas de quem reduzir o consumo em 20%, em comparação à média mensal no período compreendido entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014, e 10% para quem reduzir o consumo em 10%", diz a nota. Sistema semelhante foi adotado na Grande São Paulo pela Sabesp, para beneficiários do Sistema Cantareira.
Queda de braço. A Sabesp informa que o abastecimento está normal nas 364 cidades operadas pela companhia, mas não é possível responder pelas demais, uma vez que caberia a elas explicar como funciona o sistema de distribuição de água local. A cidade de Diadema, por exemplo, que também teve fazer rodízio de água, compra água no atacado da Sabesp. Mas, segundo a companhia, esse volume é fornecido pelo Sistema Rio Grande (Billings), que está com 98% de sua capacidade.
A Sabesp, por sua vez, informa que nunca deixou de entregar o volume de água contratado pelo município de Guarulhos. A empresa reitera a solicitação já apresentada em reunião com as prefeituras e serviços municipais que recebem água por atacado da empresa (São Caetano do Sul, Guarulhos, Mauá, Mogi das Cruzes, Diadema e Santo André, entre outras) de intensificar campanhas de economia e de uso racional da água para assegurar o pleno abastecimento da população.
O Estado procurou as administrações de Diadema e Mauá, para comentar o assunto, mas não obteve resposta.

Cantareira registra mais um recorde de baixa: 15,7%

O Estado de S.Paulo

O volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira atingiu 15,7% da capacidade total de reservas ontem, nível mais baixo deste o início da operação, em 1974. Dados da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) apontam o recuo de 0,1 ponto porcentual. Há um ano, o volume armazenado era de 58,1% do reservatório. Segundo a Sabesp, o recuo no nível de abastecimento ocorreu mesmo com 15,6 milímetros de chuvas acumuladas entre ontem e hoje e com um total acumulado no mês de 108,4 mm, ante uma média de 184,1 mm.

O recuo ocorre apesar da redução da vazão de captação do Cantareira, de 31 mil litros por segundo para 27,9 mil litros por segundo, iniciada nesta semana, com a transferência da captação para os Sistemas Alto Tietê e Guarapiranga. Nesta quarta, o índice do Alto Tietê teve aumento de 0,1 ponto, para 38,5%, enquanto o Guarapiranga subiu de 71,2% para 72,8%. / GUSTAVO PORTO

Ribeira quer mais estudos antes de ceder à capital

José Maria Tomazela , Sorocaba - O Estado de São Paulo

O Comitê de Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul quer mais estudos para ceder a água necessária ao abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo. O plano do governo é buscar 20,7 mil metros cúbicos por segundo de água no Vale do Ribeira, região sul do Estado de São Paulo, para garantir o abastecimento da macrometrópole paulista até 2035.
A primeira obra, a do Sistema Produtor São Lourenço, já foi iniciada por meio de uma parceria-público privada (PPP) e prevê a captação de 4,7 metros cúbicos por segundo na Represa do França, no Rio Juquiá, a partir de 2018. O objetivo é tornar a Região Metropolitana de São Paulo menos dependente do Sistema Cantareira.
De acordo com o diretor do comitê, Nei Ikeda, a captação de 4,7 metros cúbicos por segundo no Rio Juquiá vem sendo prevista desde a década de 1970 e já foi autorizada. Os outros projetos previstos no plano da macrometrópole, no entanto, precisam ser revistos.
Esse plano prevê a captação de outros 16 metros cúbicos por segundo no mesmo rio. A macrometrópole compreende, além da Região Metropolitana de São Paulo, as regiões de Campinas e Sorocaba. Um dos projetos prevê a transposição de água para a Represa de Itupararanga, na bacia do Rio Sorocaba. "É muita água a ser retirada de um mesmo manancial e isso demanda novos estudos", disse o técnico. Segundo ele, os estudos já realizados no plano da macrometrópole levaram em consideração apenas a questão hídrica. "Tem toda uma questão ambiental que precisa ser mais detalhada. O volume de água a ser retirado é muito grande e precisa ser visto todo o impacto no restante da bacia."
De acordo com Ikeda não há no Vale do Ribeira um movimento contrário à transposição, mas os estudos são necessários para dar segurança aos projetos. Ele lembrou que mesmo o projeto do Sistema Produtor São Lourenço, obra já autorizada pelo governo, ainda precisa de detalhamento. "Os dutos vão levar a água até Cotia, a oeste da capital. Serão 82 quilômetros de tubulação que vão transpor a Serra de Paranapiacaba."

Presidente de comitê: 'Sabesp já raciona água'

O Estado de São Paulo

O prefeito de Embu das Artes, Chico Brito (PT), presidente do Comitê Gestor da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, afirmou ontem na Rádio Estadão que "a Sabesp está fazendo racionamento informal de água".
Ele defendeu medidas a curto, médio e longo prazo para esta crise e para as próximas que virão. Para ele, é preciso dar bônus a quem economizar e cobrar multa de que desperdiçar.
Brito participou de um debate sobre o problema do abastecimento de água que parte do Estado de São Paulo enfrenta com o prefeito de Piracicaba, Gabriel Ferrato (PSDB), presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Ferrato afirmou que o Sistema Cantareira está na UTI, mas que não é hora de procurar culpados, mas sim apresentar soluções.

OESP, 13/03/2014, Metrópole, p. A16

http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,sabesp-reduz-fornecimento-a-…

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,cantareira-registra-mais-um…

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