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Autor: Emily Costa
10 de Set de 2019
Estado também foi o segundo que mais gastou com segurança pública no ano passado. Números são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública e foram divulgados nesta terça (10).
Roraima atingiu um recorde histórico de mortes violentas e registrou a maior taxa de homicídios do país em 2018, segundo dados do 13o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (10).
De acordo com o estudo, Roraima alcançou, no ano passado, a taxa de 66,6 mortes para cada 100 mil habitantes - um contraponto à média nacional de 27,5 para cada 100 mil pessoas. Em números absolutos, foram 211 homicídios em 2017 e 384 só no ano passado.
Outro dado em que Roraima se destaca no levantamento é o de mortes em decorrência de intervenção policial.
A taxa de mortes decorrentes de intervenção da polícia saltou de oito em 2017 para 23 em 2018, uma alta de 183,3%, enquanto a média nacional foi de 19,6%.
O número de roubos de veículos também foi alto no estado, superando em 92% a taxa de 2017.
Apesar dos altos índices registrados, Roraima aparece como o segundo estado que mais gastou em segurança pública no ano passado, com R$ 656,80 per capita. Um valor 2,6 vezes maior do que o de São Paulo, estado mais populoso do país. O Acre lidera o índice, com um gasto de R$ 674,08.
Avanço de facções e crise migratória
De acordo com o levantamento, Roraima teve alta de 410% em mortes violentas de 2011 a 2018, perdendo apenas para o Amapá, que registrou 1.423% de crescimento.
Vizinho a Venezuela, o estado se tornou rota de milhares de venezuelanos que cruzam a fronteira do Brasil, principalmente a partir de 2015, para fugir da crise. No ano passado o estado teve o maior crescimento populacional do país, de 5,1% - aumento que é atribuído principalmente a imigração.
No mesmo período, as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho avançaram no sistema prisional, cooptando um número cada vez maior de membros e disputando o controle do tráfico de drogas em todo estado.
Dois massacres consecutivos em 2016 e 2017 deixaram 43 presos mortos na maior unidade prisional, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista. Desde novembro de 2018 o presídio está sob intervenção federal que deve permanecer até outubro.
"A realidade de hoje em Roraima é bem distinta da que tínhamos há poucos anos atrás", avalia Edgar Zanetti, coordenador de mestrado em segurança pública, direitos humanos e cidadania da Universidade Estadual de Roraima (Uerr).
Para ele, tanto a imigração quanto o avanço as facções contribuíram para o aumento das mortes violentas em Roraima.
"Por exemplo, há seis, sete anos atrás a rota de tráfico de drogas que tínhamos aqui era pequena, não tinha essa visibilidade que tem atualmente e tudo isso colabora para o aumento da criminalidade", afirma.
https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2019/09/10/rr-tem-maior-taxa-de…
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