Rosneft inicia perfuração na Amazônia em 2017

Rosneft inicia perfuração na Amazônia em 2017

André Ramalho

A petroleira russa Rosneft pretende iniciar, em janeiro, suas primeiras perfurações na Amazônia. A companhia fechou um contrato com Queiroz Galvão Óleo e Gás e a Schlumberger, para fornecimento dos serviços de perfuração na região.
A empresa planeja perfurar ao menos dois poços, numa primeira fase de investimentos na Bacia do Solimões. A campanha exploratória faz parte dos compromissos assumidos com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) para perfurar ao menos sete poços até 2019, com o objetivo de avaliar as descobertas de gás natural feitas pela antiga operadora da área, a HRT (hoje PetroRio).
A Rosneft detém a concessão de 16 blocos exploratórios no Solimões. A empresa é operadora, com 100% de participação, em todas as áreas - que concentram onze descobertas, em sua maior parte de gás natural.
A certificadora DeGolyer and MacNaughton (D&M) estima a existência de 666 milhões de barris de óleo equivalente em recursos contingentes (quantidades de petróleo estimadas como potencialmente recuperáveis a partir de jazidas conhecidas, mas que ainda não se confirmaram comercialmente recuperáveis).
Localizada na selva Amazônica, as reservas do Solimões são de difícil monetização. A própria HRT
entrou numa crise de credibilidade na bolsa, justamente por ter descoberto apenas gás no Solimões, e não ter garantido as descobertas de petróleo que esperava encontrar na região A Petrobras opera um gasoduto entre o campo de Urucu até Manaus (AM), mas o compartilhamento da infraestrutura nunca foi viabilizado. As melhores alternativas para monetização do gás do Solimões, segundo estudo desenvolvido em conjunto entre a Petrobras com a Rosneft, incluem o uso do gás para geração de energia e a transformação do gás em gás natural liquefeito (GNL), que poderia ser transportado por balsas.
A Rosneft informou ao mercado que está trabalhando "para avançar com as opções de monetização prioritárias".
A entrada dos russos na exploração de gás no Amazonas se deu em 2011, quando a TNK-BP (joint venture entre a russa TNK e a britânica BP) anunciou a compra de uma participação de 45% dos ativos exploratórios da HRT no Solimões, por US$ 1 bilhão.
A investida pesada marcou também a estreia de uma petroleira russa no Brasil. A presença foi ampliada depois que a TNK¬-BP foi comprada pela Rosneft, que pagou outros US$ 151 milhões pela operação e pela fatia restante de 55% da HRT.

Valor Econômico, 28/11/2016, Empresas, p. B1

http://www.valor.com.br/empresas/4788953/rosneft-inicia-perfuracao-na-a…