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Rodoanel e mananciais

FSP, Editoriais, p. A2
29 de Abr de 2009

Rodoanel e mananciais

O governo paulista vai elaborar um traçado alternativo para o trecho norte do Rodoanel -obra viária que, uma vez completa, vai circundar a região metropolitana de São Paulo. Uma polêmica envolve os 60 km da alça norte: sem data para o início da construção, ela tem importante impacto ambiental a ser atenuado.
O projeto inicial previa cortar a serra da Cantareira, região que abastece de água mais de 80% da Grande São Paulo. Por conta disso, tal trajeto havia sido contestado no início da década pela Secretaria do Meio Ambiente, pela Sabesp e por ambientalistas.
Agora essas implicações serão reavaliadas. A Dersa abriu licitação para o estudo de impacto ambiental, que vai incorporar as duas possibilidades de traçado. A antiga, distante de áreas densamente habitadas, tem a vantagem de ser menos custosa e mais fácil de ser implantada.
O novo traçado, em contraste, atinge áreas bastante povoadas e redundaria em grandes desapropriações de imóveis. Tem a vantagem, entretanto, de ligar-se diretamente a um corredor importante da zona norte -a av. Inajar de Souza-, além de servir como obstáculo para a expansão urbana numa área ainda preservada.
Determinante para escolha será a diferença de custo entre os dois projetos, ainda a ser calculada. Não há razão para descartar, de início, nenhuma das alternativas. A fim de mitigar os riscos ambientais, existem recursos técnicos, como os já adotados em outros trechos do Rodoanel.
Para não induzir ocupação nas zonas de mananciais, o trecho sul, por exemplo, deve se estender por 38 km sem dar acesso nenhum às avenidas da região. Esta parte do Rodoanel, ao margear o braço do rio Grande, se comporta como barreira à invasão de áreas estratégicas, prevenindo a degradação do manancial que abastece a região do ABCD.

FSP, 29/04/2009, Editoriais, p. A2

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