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Rio Paraíba do Sul: Agência reduz vazão de água

O Globo, Rio, p. 11
26 de Dez de 2014

Rio Paraíba do Sul: Agência reduz vazão de água

A crise hídrica que afeta o Sudeste levou a Agência Nacional de Águas (ANA) a reduzir, de 160 metros cúbicos por segundo para 140 metros cúbicos por segundo, a vazão na Estação Elevatória de Santa Cecília, em Barra do Piraí, até o dia 31 de janeiro. A decisão foi tomada na semana passada, mas entrou em vigor apenas na quarta-feira, com a publicação no "Diário Oficial da União". As alterações foram solicitadas pelo Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul (GTAOH).
A ANA justificou a medida afirmando que o objetivo é preservar o estoque de água disponível nos reservatórios da bacia hidrográfica do Paraíba do Sul, devido à sua importância para o abastecimento de várias cidades, inclusive a Região Metropolitana do Rio.
Essas intervenções de vazão são acompanhadas de avaliações periódicas por parte da ANA, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e do estado sobre os impactos que a medida poderá ocasionar sobre os diversos usos da água. Nessas avaliações, pode ser incluída a participação de outros usuários da bacia.
A medida, no entanto, não deve prejudicar o abastecimento da Região Metropolitana, de acordo com o presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Wagner Victer.
- Essa mudança foi combinada com o próprio governo do Estado. O objetivo é preservar os reservatórios para estabilizar o Paraíba do Sul - destaca Victer, acrescentando que a Estação de Tratamento do Guandu, que abastece toda a cidade, não será prejudicada e continuará produzindo 45 mil litros por segundo.
ROTINAS ALTERADAS
Especialistas concordam que a medida não deve interferir na captação de águas pela Cedae para o abastecimento da Região Metropolitana, mas indústrias siderúrgicas que utilizam água doce em seus processos de produção podem ter rotinas alteradas, explica o professor do departamento de Engenharia Costeira e Oceanográfica da Coppe/UFRJ, Paulo Rosman.
- A Cedae capta 45 metros cúbicos por segundo para tratamento. Ou seja, bem abaixo do necessário para a produção. O que pode ocorrer é que, com a vazão menor em períodos de maré alta, isso favoreça a entrada de água da Baía de Sepetiba no canal de São Francisco. Com isso, siderúrgicas como a CSA e a Gerdau, que usam água doce no processo de produção, podem ser obrigadas a interromper a captação em alguns momentos - disse Rosman.
A professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e doutora em engenharia do meio ambiente Marilene Ramos diz que a medida deveria ter sido tomada há vários meses:
- É importante para preservar a água nos reservatórios da cabeceira do Rio Paraíba (Paraibuna, Jaguari, Santa Branca e Funil). Isso deveria ter sido feito em meados do ano, quando o quadro de seca já era grave. Vai contribuir positivamente, caso não tenhamos um verão tão chuvoso e voltem a se repetir os problemas no próximo período seco, que vai de março até novembro.
ACORDO ENTRE TRÊS ESTADOS
Recentemente, a crise na oferta de água ocasionada pelo nível baixo dos reservatórios de São Paulo provocou polêmica, quando o governador Geraldo Alckmin anunciou que seriam feitas obras para captar mais água do Paraíba do Sul, o que poderia prejudicar o abastecimento do Estado do Rio. O impasse terminou no fim de novembro, quando os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB); e de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho (PP), fecharam um acordo no Supremo Tribunal Federal (STF), negociado pelo ministro do STF Luiz Fux. Os três estados devem apresentar até 28 de fevereiro propostas para o enfrentamento da crise de falta d'água.

Decisão já deveria ter sido tomada, diz professora
Para especialista, ação poderá ajudar caso verão não seja tão chuvoso

A professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e doutora em engenharia do meio ambiente Marilene Ramos diz que a medida deveria ter sido tomada há vários meses:
- É importante para preservar a água nos reservatórios da cabeceira do Rio Paraíba (Paraibuna, Jaguari, Santa Branca e Funil). Isso deveria ter sido feito em meados do ano, quando o quadro de seca já era grave. Vai contribuir positivamente, caso não tenhamos um verão tão chuvoso e voltem a se repetir os problemas no próximo período seco, que vai de março até novembro.
ACORDO ENTRE TRÊS ESTADOS
Recentemente, a crise na oferta de água ocasionada pelo nível baixo dos reservatórios de São Paulo provocou polêmica, quando o governador Geraldo Alckmin anunciou que seriam feitas obras para captar mais água do Paraíba do Sul, o que poderia prejudicar o abastecimento do Estado do Rio. O impasse terminou no fim de novembro, quando os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB); e de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho ( PP), fecharam um acordo no Supremo Tribunal Federal (STF), negociado pelo ministro do STF Luiz Fux. Os três estados devem apresentar até 28 de fevereiro propostas para o enfrentamento da crise de falta d'água.

O Globo, 26/12/2014, Rio, p. 11

http://oglobo.globo.com/rio/crise-hidrica-no-sudeste-faz-agencia-nacion…

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