VOLTAR

Reserva indígena registra segundo suicídio em uma semana

http://www.uai.com.br/uai/noticias
18 de Out de 2006

Mais um suicídio na Reserva Indígena de Dourados, em Mato Grosso do Sul, coloca em destaque a situação difícil em que vivem os guarani-kaiowás, na região Sul do estado. Neste domingo, por volta de 7 horas, a Polícia Civil foi chamada ao local, onde o corpo um rapaz de 16 anos estava pendurado pela alça de uma bolsa em uma viga de uma casa. Na segunda-feira passada, outro garoto indígena da reserva, com 17 anos, morreu optando também pelo enforcamento.

Ambos eram habitantes de aldeias vizinhas na reserva, onde 11 mil índios se comprimem em uma área de quase 3,5 mil hectares. Fica apenas a cinco quilômetros do centro de Dourados, o que torna o caminho mais curto para o consumo de bebidas alcoólicas e drogas, principalmente maconha. O resultado é o pior possível, pois além dos suicídios, provocam crimes violentos, entre eles estupros e assassinatos.

Homicídio

Enquanto os policiais atendiam a primeira ocorrência, chegava a notícia de um homicídio. Natália Benites, de 86 anos, foi encontrada morta no leito, com a cabeça esfacelada por pancadas desferidas provavelmente por um corrente grossa de elos de aço. A polícia conseguiu prender o genro da vítima, Celso Vargas, de 62 anos, como o principal acusado. Ele contou que havia ingerido "muita cachaça" e não tinha a menor lembrança do que pode ter feito.

Esse foi o quarto assassinato de kaiowás do mês, entre os vários ocorridos nos últimos dois anos. Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dos 37 índios assassinados no País em 2004, 18 viviam em Mato Grosso do Sul. No ano passado, das 43 mortes contabilizadas entre indígenas no Brasil, 29 ocorreram no estado.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.