VOLTAR

Requiao segue contra transgenico

FSP, Dinheiro, p.B12
08 de Out de 2004

Governador sugere que Paranaguá embarque somente "soja pura"
Requião segue contra transgênico
Mari Tortato
Da agencia Folha, em Curitiba
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), afirmou ontem que, mesmo com a aprovação pelo Senado da Lei de Biossegurança, o plantio e a comercialização da soja transgênica e de outros OGMS (organismos geneticamente modificados) continuarão combatidos no Estado.
"A minha proposta ao governo federal é que a segregação [da soja transgênica no corredor de exportação] seja feita por outros portos, como São Francisco [do Sul, em SC] e Santos, mas que deixe o porto de Paranaguá vendendo a soja pura, a um preço muito melhor no mundo inteiro."
Requião disse que tenta, com os embargos, "jogar a favor da qualidade do produto do Paraná e brasileiro -soja pura, carne sem anabolizantes, frangos e aves sem gripe asiática."
Há um ano, o governador paranaense baixou um decreto dificultando o trânsito no Estado e o embarque de cargas transgênicas pelo porto de Paranaguá. Em seguida, sancionou uma lei proibindo o plantio, a industrialização e o comércio de OGMs no Estado. A lei foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal e está sem validade.
Requião diz que o decreto, que ainda vigora, evitou que o Paraná pagasse R$ 60 milhões em royalties para a Monsanto -detentora da patente da soja modificada- na safra passada.
MT não tem pressa
A favor da liberação do mercado brasileiro para soja transgênica, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), considerado o maior produtor de soja no Brasil, disse que a semente geneticamente modificada responderá por 20% da safra 2005-2006 em seu Estado.
Ele fez a previsão em entrevista no gabinete de Requião, onde participou, como convidado, do lançamento da "caravana do desarmamento" pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
Segundo o governador, os produtores de Mato Grosso já começaram a semear a próxima safra, mas não estão entre os que pressionam o governo federal para edição de uma medida provisória que legalize o plantio -caso dos gaúchos-, porque a predominância da produção no Estado é de soja convencional.
Maggi diz acreditar que os produtores estejam migrando para a soja transgênica por economia no cultivo.
"O custo de produção da soja transgênica é mais barato US$ 50 por hectare produzido e quem diz o contrário não está informado. É só ir ao Rio Grande do Sul para constatar."
À desinformação Maggi também credita a pregação de que a Monsanto será dona do mercado. Ele diz que mesmo os órgãos federais de pesquisa agropecuária já detêm a tecnologia. "A cadeia inteira será beneficiada com o royalty", afirmou.

FSP, 08/10/2004, p. B12

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.