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Representantes de movimentos sociais fazem visita na aldeia Taquapery

RMT Online/Redação TV Morena
20 de Jan de 2007

Comissão formada por entidades ligadas à Coordenação dos Movimentos Sociais visita, neste
sábado, a aldeia Taquapery e a área que é considerada pelos índios como terra indígena
(Curusu Ambá), na fazenda Madama, no município de Coronel Sapucaia.

A situação na região está tensa desde a morte da indígena Churetê Lopes, de 73 anos, na
madrugada de 9 de janeiro, durante ação de milícias armadas contratadas por fazendeiros
para retirar os indígenas da área conhecida como Curusu Ambá, retomada pelos Guarani
Kaiowá na dia 3 de janeiro. A ação de seguranças privados resultou também no ferimento com
três tiros, do índio Valdecir Ximenes, e no desaparecimento de Anatalino, de 14 anos.

Um dia antes da morte de Churetê, quatro índios foram presos acusados de assaltar um
fazendeiro e roubar um trator da fazenda Madama. De acordo com Ortiz Lopes, indígena que
vive na região, um fazendeiro havia cedido o trator ao grupo após acordo com uma das
lideranças da aldeia "Foi uma armadilha dos donos da área para incriminar nossos parentes"
denuncia.

A ida da comissão à área é uma forma de chamar atenção da sociedade e das autoridades para
os conflitos de terra envolvendo indígenas e fazendeiros "Queremos mostrar que os índios de
Curusu Ambá não estão sozinhos, que a sociedade civil está com o povo Guarani, buscando
forças para resolver o problema" afirma o coordenador regional do Cimi/MS (Conselho
Indigenista Missionário), Egon Heck. Os indígenas reivindicam o reconhecimento e demarcação
de seu tekoha (terras tradicionais) hoje ocupado pela fazenda Madama.

Ainda segundo Egon, quase cem por cento das ações de demarcação de terras indígenas do
Estado estão paralisadas por ações judiciais. "Enquanto as terras tradicionais dos guaranis não
forem reconhecidas, os conflitos não vão cessar. O que aconteceu em Curusu Ambá é só a
ponta do iceberg" completa.

Para o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Alexandre Costa, a justiça assiste
aos conflitos com passividade. Ele cobra do poder publico a identificação das milícias armadas.
"É preciso garantir a segurança física desses povos" ressalta. Há mais de um ano, o índio
Dorvalino Rocha foi assassinado por um segurança privado na região de Antônio João. Até hoje
ninguém foi responsabilizado pelo crime.

Dentre as entidades que formam a Comissão de Movimentos Sociais estão o CDDH Marçal de
Souza Tupã-i, Cimi, Fetems, CUT, CPT (Comissão Pastoral da Terra) e Comissão de Direitos
Humanos da OAB/MS.

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