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Região do Awaris tem surto de malária

Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/
05 de Ago de 2009

A coordenação regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) está em alerta devido ao surto de malária na região do Awaris, no Distrito Yanomami. Só no mês de julho, foram registrados 239 casos, contra 13 em todo o primeiro semestre. No mesmo período de 2008, foram dois casos confirmados. A maior infestação está na aldeia Kolulu, com 83% dos casos registrados.

De acordo com o coordenador regional da Funasa, Marcelo Lopes, mesmo com o surto, a situação está sob controle, pois foram feitos exames em todos os 2.404 habitantes das vinte aldeias que compõem a região Awaris. Lopes destacou que os casos de malária são registrados semanalmente em todas as aldeias via rádio, para aferir a incidência e evitar epidemias da doença.

O coordenador ressaltou que o surto repentino da doença pode ter sido causado devido ao trânsito de indígenas da Venezuela, região fronteiriça a Awaris, como também pela aglomeração de pessoas em reuniões sociais. No caso específico da aldeia Kolulu, houve uma reunião onde possibilitou a proliferação da doença. Segundo Lopes, basta um caso de malária em uma dessas reuniões para acarretar o surto.

"O serviço de saúde venezuelano não atende as populações indígenas. Essa população passa pelo lado brasileiro para receber esse tipo de atendimento. Vem indígena de outras regiões que ficam ali reunidos por dois, três dias, sendo suficiente para contaminar outros", destacou.

Em situações como essa, o controle se torna praticamente impossível, esclareceu o coordenador. Uma vez que várias associações fazem reuniões sem uma programação definida, a ponto de ser informada para a Funasa.

Ainda segundo o coordenador, a Funasa recebeu recentemente 41 mil comprimidos para tratamento da malária, vindos de Brasília. A medicação é suficiente para atender por três meses o distrito indígena. Devido ao curto prazo de validade, não é recomendável ter quantidades maiores em estoque.

TRATAMENTO - Marcelo Lopes ressaltou que as duas equipes da Funasa no local, formadas por nove profissionais, são suficientes para dar conta do tratamento aos indígenas. Além disso, cada aldeia conta com um microscopista indígena, munido de microscópio, apto para fazer o controle semanal da malária.

Os profissionais foram orientados a fazer barreiras sanitárias, evitando que pacientes infectados possam sair das aldeias, como também prevenir a entrada de outros indígenas na área, até que o índice parasitário baixe.

"Estamos no teto-limite do grave, cuidando de toda a região. Das vinte aldeias de Awaris, em cinco se concentram o surto de malária. Isso não vai ultrapassar, visto que temos esta realidade em outras regiões o ano todo. No momento que começa a ministrar o medicamento, ao primeiro comprimido é cessada a transmissão", frisou.

Os casos de malária registrados na região foram malária vívax, ou seja, da forma mais branda.

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