VOLTAR

Reforma caminha para empate técnico

OESP, Vida, p. A20
Autor: SALOMON, Marta
13 de Abr de 2011

Reforma caminha para empate técnico

Marta Salomon

A reforma do Código Florestal caminha para um empate técnico entre ruralistas e ambientalistas. A curto prazo, o principal efeito da negociação em curso é o adiamento do início da aplicação de multas aos desmatadores, de R$ 50 a R$ 500 por hectare de vegetação nativa cortada ilegalmente.
Sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o início da cobrança de multas havia sido adiado para 2012. Os produtores que não têm área de proteção ambiental em seus imóveis poderiam passar a ser cobrados a se enquadrar na legislação ambiental a partir de 11 de junho deste ano. Se não se comprometessem a recuperar áreas desmatadas ilegalmente, seriam multados. Mas isso não ocorrerá. Eis a única certeza, por ora.
O governo ainda investe em um acordo no Congresso, mas não haveria tempo de o projeto passar pelo Senado e ir à sanção presidencial a tempo. A prioridade do Planalto é manter o princípio da proteção ambiental de parcela das propriedades, principalmente às margens dos rios e nas encostas mais inclinadas.
Em contrapartida, áreas cultivadas há mais tempo teriam tratamento diferenciado.
Até aqui, a tentativa de acordo já conseguiu reunir entidades do agronegócio e ambientalistas, representantes dos órgãos ambientais dos Estados e até a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O secretário-geral da entidade, d. Dimas Lara, esteve anteontem à noite com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
A negociação pode pôr fim a um imbróglio que dura desde o final dos anos 1990 e estabelecer regras que sejam, enfim, cumpridas. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) calcula que mais de 90% dos produtores rurais viva hoje na ilegalidade.
É jornalista de "O Estado de S.Paulo"

OESP, 13/04/2011, Vida, p. A20

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110413/not_imp705522,0.php

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.