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RAPOSA SERRA DO SOL - Comissão está em Roraima para analisar impacto da demarcação

Folha de Boa Vista
16 de Jul de 2008

Roraima está recebendo uma comissão da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que vai fazer um levantamento sobre os impactos econômicos que a homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol vai trazer ao Estado, se permanecer em área contínua. Seis pessoas de vários estados brasileiros estão no grupo e já fizeram dois sobrevôos para conhecer a região mais de perto.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil representa os produtores rurais brasileiros e tem em sua base 2.114 sindicatos rurais e 1.078 extensões de base. Esses sindicatos são representados por 27 federações estaduais, que têm na CNA a sua liderança máxima. A entidade foi criada por meio do Decreto-Lei n 53.516, de 31 de janeiro de 1964, segundo informações contidas no site da instituição.

A comissão veio a Roraima através de uma parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Roraima (Faerr), que já entregou aos integrantes da comissão todas as informações que possuía em seu banco de dados sobre a questão Raposa Serra do Sol.

Além disso, a comissão foi recebida pelo governador Anchieta Júnior (PSDB) e visitou também a Procuradoria-Geral do Estado para obter mais informações sobre as ações encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (SFT), pedindo a revisão da homologação.

"Além das autoridades, a comissão esteve com produtores de arroz, pequenos produtores rurais e está sendo feito um trabalho técnico. Nós já conseguimos também agendar um grande evento para a primeira semana de agosto, quando agricultores de todo o país virão a Roraima se solidarizar com os produtores dessa região", disse Almir Sá, presidente da Faerr.

Para ele, a vinda da comissão da CNA a Roraima teve como principal objetivo manter acesa a chama da esperança de termos uma demarcação justa, além de servir para reforçar a importância da regularização fundiária do Estado.

A comissão é formada por Gedeam Pereira, do Rio Grande do Sul, Dalton Ravera, do Paraná, Agamenon Meneses, do Pará, Valdir Correa, do Mato Grosso, Denis Rosefild, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), jornalista e pesquisador de áreas de fronteira, e pelo presidente da comissão, Léo Brito, do CNA nacional. Dos seis, quatro são agrônomos experientes e um é cientistas político.

No domingo, eles já fizeram um sobrevôo pela terra indígena e ontem estiveram novamente sobrevoando a área. A CNA pretende, através da elaboração de um relatório, reforçar a idéia de demarcação em ilhas, e o direito de propriedade dos agricultores que ainda vivem no local. Para isso, eles irão mostrar o impacto negativo que a demarcação em área contínua traria para Roraima a todas as federações estaduais de agricultura.

O presidente da comissão, Léo Brito, conta que esta é a segunda vez que vem a Roraima. "Eu sou agrônomo há 40 anos e há tempos eu não via uma região tão propícia à agricultura como é Roraima. A fertilidade do solo, as horas de sol e a topografia são perfeitas para se produzir alimento de maneira sustentável, como quer o mundo de hoje", disse.

Ele afirmou que as comissões da CNA acompanham de perto a questão da reserva e acredita que os ministros do STF irão decidir por rever o processo de demarcação das terras. "Nós percebemos com tranqüilidade que o Supremo vai usar o bom senso nessa questão, que vai servir de referência para homologação de terras indígenas em todo o país", disse.

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