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Autor: Silvana de Castro
01 de Jul de 2010
Pelo segundo dia consecutivo, indígenas da Reserva do Guarita bloqueiam a rodovia Tenente Portela-Redentora (ERS-330). O trânsito é interrompido com pedaços de madeira e pedras em dois pontos da rodovia, nos km 26 e 43. Somente ambulâncias são liberadas.
Antes da interrupção, às 8h, policiais rodoviários de Santo Augusto conseguiram alertar motoristas. Ontem, veículos ficaram presos no bloqueio até o final da tarde. Hoje, a previsão é que o trecho seja liberado às 17h. Porém, será retomado no dia seguinte caso os indígenas não tenham atendidas suas reivindicações.
Os caingangues querem que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) providencie medidas para que três veículos voltem a ser utilizados na área indígenas. Uma caminhonete está estragada, outra está com os documentos perdidos e um carro, com a documentação vencida. Outra reivindicação é de que sejam liberados recursos para a construção de moradias.
O chefe da Assessoria de Saúde Indígena (Assai) da Funasa, Jair Martins, afirma que houve um contratempo com as oficinas que prestam serviço à fundação e uma caminhonete com problemas mecânicos já estava sendo encaminhada para conserto. Martins ainda diz que outra caminhonete teve a documentação roubada na sexta-feira. Segundo ele, a substituição dos documentos já teria sido providenciada. Além dos veículos da Funasa, a área conta com uma van locada para transporte de pacientes.
Para o assessor, o verdadeiro motivo do protesto está na suspensão da contratação de indígenas das aldeias para o serviço de transporte de urgência e emergência à noite e em finais de semana e feriados. A suspensão dos contratos ocorreu por acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo ele, o serviço continuou sendo prestado por servidores da própria Funasa.
Mesmo que não tenha área dentro da reserva, Miraguaí é o município mais atingido. Por ficar entre as duas cidades, está isolado. Para levar frangos para o frigorífico local, caminhões estão percorrendo 90 km a mais, passando por trechos de estradas de chão, conforme o prefeito Alencar Julio Gross. No frigorífico, são abatidas 32 mil aves por dia.
Os ônibus que saem das estações rodoviárias de Tenente Portela e Redentora não estão passando na cidade.
Para quem quer sair do Estado e passaria pelo trecho bloqueado, a alternativa é seguir em direção a Três Passos, pela BR-468 e depois a RSC-472. No caminho inverso, a alternativa é também a RSC-472 e depois a BR-468.
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