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Programas melhoram a saúde indígena no País

A Crítica (Manaus - AM)
01 de Nov de 2001

O Brasil é um dos países mais avançados na questão da saúde indígena. A afirmação é da consultora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Rocio Rojas, que é doutora em medicina e mestre em saúde pública internacional. Ela esteve visitando o Amazonas por dois dias para conhecer os projetos desenvolvidos por instituições que trabalham na área da saúde indígena no Estado. Ontem à tarde, Rocio participou de um encontro com representantes das instituições, na sede da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), quando foram expostos os trabalhos realizados com os índios.
A consultora da Opas fez questão de frisar a experiência do Brasil na área da saúde indígena. Ela ressaltou que o objetivo de sua visita foi conhecer as ações, programas e políticas brasileiras. "Ainda temos um grande desafio no continente americano, que é tratar o índio como ator principal dessa dinâmica de assistência. Ou seja, precisamos priorizar a comunidade com uma política de saúde de baixo para cima", explicou.
Rocio lembrou a importância de se estabelecer um intercâmbio entre os países americanos para que haja troca de experiência entre as entidades e organizações. Na avaliação dela, o Brasil poderia intensificar contatos com países como o Equador e a Bolívia, que possuem problemas semelhantes. "O Brasil faz fronteira com esses países e sabemos que as problemáticas da saúde indígena ultrapassam essa fronteira. É preciso incentivar as cooperações técnicas para compensar a escassez de recursos", comentou.
De acordo com Rocio, o continente americano possui cerca de 43 milhões de índios. A consultora afirmou que é importante encontrar mecanismos para melhorar a questão da saúde indígena, pois em alguns países os índios são maioria. "Na Guatemala, por exemplo, eles representam 60% da população. Nem todos os indígenas têm uma história de abandono. Alguns povos tiveram a oportunidade de crescer e avançar economicamente", observou.
Para Rocio, a Opas tem o dever de buscar novas estratégias para melhorar as ações nas comunidades, pois "todos temos direito à saúde". Ela disse que a problemática indígena é bastante complexa porque envolve questões como direitos humanos, cultura e costumes. "Isso envolve até o problema do desemprego e a questão agrária, pois eles precisam da terra para garantir a alimentação de suas comunidades", avaliou a consultora. "O ideal é que os índios participem da elaboração das políticas de saúde", completou.

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