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07 de Abr de 2010
A programação da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a festa em comemoração à homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, no próximo dia 19, na comunidade de Maturuca, já está concluída e foi divulgada ontem pelo CIR (Conselho Indígena de Roraima), durante reunião com a imprensa.
Conforme o vice-coordenador do CIR, Terêncio Manduca, toda a programação do evento, que terá duração de seis dias, foi produzida e analisada por representantes de todos os centros regionais da Raposa Serra do Sol.
"São entre oito e dez lideranças que estão preparando a comunidade construindo casas, alojamentos, comidas e artesanatos para a festa", explicou ele, lembrando que a terra indígena é formada por 294 comunidades e que cada uma delas vai promover uma comemoração, além da que vai acontecer em Maturuca. "A grande festa será lá, mas as outras comunidades mais distantes e menores farão sua própria comemoração", frisou.
Ele anunciou que o presidente chega a Maturuca logo nas primeiras horas da manhã do dia 19, quando será recepcionado por um grupo de dez lideranças indígenas de diferentes etnias, como Macuxi, Taurepang, Patamona, Wapichana, Ingaricó e Yanomami, e ainda crianças de todas essas etnias, que serão responsáveis por acompanhar Lula até o centro da comunidade.
No local, existem dois grandes tapiris, chamados de malocão, sendo que um simboliza a demarcação e o outro a homologação da Raposa Serra do Sol. "O da demarcação foi construído em 1998 e o da homologação, que é maior, em 2005. Lá os tuxauas vão recepcionar o presidente e haverá cantos tradicionais e os gritos dos netos de Makunaimî. São gritos de vitória, que são tradicionais dos povos indígenas", salientou.
Após essa primeira recepção começa o cerimonial na parte externa da comunidade, com o ritual de defumação do Maruwai, que na língua portuguesa quer dizer madeira. "Ele era um pajé indígena que, depois de morto, se transformou em madeira. Usamos sua resina para fazer a defumação para chamar saúde e união", esclareceu Manduca.
Em seguida, os participantes da festa devem cantar o hino nacional da língua Macuxi e uma música de agradecimento ao presidente, o que antecede a entrega do símbolo da Raposa Serra do Sol. "Será uma entrega simbólica porque é um mapa da região feito em concreto e deve continuar na comunidade de Maturuca", ressaltou.
A programação segue com as apresentações do tuxaua local e do coordenador regional, depois do coordenador do CIR e do presidente Lula e de sua comitiva. Às 12h30 será servido o almoço no malocão da demarcação, com uma mesa destinada para o presidente e mais trinta indígenas e autoridades. Ainda no horário do almoço, serão exibidos vídeos com imagens da região, festas, lutas, entre outros.
A partir das 13h30 começa uma série de palestras com líderes indígenas que vão tratar de momentos do passado da comunidade indígenas, de fatos atuais e das expectativas futuras, quando será entregue um documento contendo políticas afirmativas para os povos indígenas. "O documento será composto por um conjunto de projetos, mas ainda está sendo elaborado pelas lideranças indígenas", complementou.
Depois das palestras e assinatura dos documentos, o presidente deve seguir para uma visita à comunidade em carro e acompanhar um desfile dos povos da terra indígena. A programação que segue é mais cultural, com exposição de produtos e apresentações de modalidades esportivas como a flechada. No final da tarde, o presidente deve plantar uma árvore frutífera na comunidade, simbolizando o futuro dos povos indígenas.
Às 18h, será servido o jantar, com entrega de lembranças, artesanato. Depois, o presidente Lula deve proferir uma palestra, que será encerrada com danças tradicionais como o parixara.
Segundo a programação entregue aos jornalistas pelo CIR, o presidente Lula deve dormir em Maturuca, de onde sai na primeira hora do dia 20. Esse último dado ainda não foi confirmado pela assessoria do presidente, em Brasília.
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