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Principal atrativo da Chapada dos Guimarães (MT) terá visitação restrita

Folha Online
Autor: Rodrigo Vargas
13 de Mai de 2008

Os paredões que circundam a cachoeira do Véu de Noiva, a principal atração do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães (60 km de Cuiabá), oferecem risco aos turistas e devem ter a visitação restrita e mais sinalizada.

Os visitantes deverão contemplar o local apenas pelo mirante. As conclusões fazem parte do relatório final produzido pela Defesa Civil de Mato Grosso após o desabamento que no mês passado atingiu um grupo de turistas.

No acidente, ocorrido no feriado de 21 de abril, cinco pessoas ficaram feridas --uma delas, uma garota de 16 anos, morreu após duas semanas de internação no hospital.

O parque é o quarto mais visitado do país e, no ano passado, recebeu quase 140 mil visitantes. O relatório foi encaminhado à Superintendência do Ibama em Mato Grosso.

"O paredão de arenito e as trilhas da cachoeira do Véu de Noiva presentes na área analisada caracterizam-se como áreas de risco (...) Existe o risco de queda de novos fragmentos rochosos na área analisada", diz o relatório, em um trecho.

Outro risco foi identificado na trilha que dá acesso à base da cachoeira que, de acordo com a Defesa Civil, "oferece risco quanto à queda de fragmentos de rochas". O caminho é feito nas proximidades de precipícios de quase 100 metros. "A falta de sinalização adequada e guarda-corpos em desacordo com as normas técnicas potencializam este cenário."

Os turistas atingidos pelo desabamento estavam justamente na praia e lago formado pela queda d'água, de 78 metros. Os paredões que circundam a cachoeira são formados por arenito e considerados frágeis.

A Defesa Civil sugere a criação de um "programa contínuo" para monitorar a degradação dos paredões e das trilhas existentes "em toda a área do parque".

O chefe-substituto do parque, Jorge Luiz de Almeida Marques, disse à Folha que concorda e que irá seguir as recomendações da Defesa Civil. "Não se pode ignorar um laudo tão significativo quanto este. Ainda mais diante de um fato concreto como foi o desabamento de abril. As trilhas que oferecem risco serão fechadas e iremos aprofundar os estudos em relação a outros pontos do parque."

Segundo ele, essa análise será feita durante a produção do plano de manejo do parque, que vai estabelecer os locais e as regras de visitação à unidade. A interdição da trilha do Véu de Noiva vai interferir, por exemplo, no acesso a um concorrido conjunto de cachoeiras chamado de sete quedas. "É um ponto que também oferece risco, embora seja formado por tipo de rocha mais resistente."

Desde o acidente, por iniciativa do Ibama, todas as atrações do parque estão fechadas à visitação. Em feriados prolongados, disse o chefe-substituto, uma média de 3.000 pessoas costumam ir à unidade.

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