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Pressões contra aumento de terras indígenas derrubam presidente da Funai

Viaecológica-Brasília-DF
14 de Ago de 2003

Pressões dos fazendeiros, políticos ruralistas e do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, levaram o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, a aceitar o pedido de demissão feito há quase um mês pelo presidente da Funai, Eduardo Almeida. O ministro disse hoje (14) que ainda não escolheu um nome para substituir o jornalista Almeida na Funai. O governador de Mato Grosso reconheceu que fez pressão para derrubar o presidente da Funai pelo fato de ele ter assinado pelo menos 14 portarias determinando a expansão do trabalho de identificação e demarcação de novas terras indígenas no estado, onde cerca de 15% já estaria protegido por lei. Os ruralistas e o governador querem mais área para derrubar cerrado e mata pré-amazônica para ampliar a fronteira agrícola, aumentar os lucros e a arrecadação de impostos às custas do meio ambiente. E as terras indígenas, assim como unidades de conservação, representam um entrave para este modelo de desenvolvimento a qualquer custo. O governador do PMDB já entrou em conflito com a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, diante de quem teve a coragem de defender a mudança no Código Florestal para ampliar o percentual de desmate permitido nas propriedades na área da Amazônia Legal, atualmente em 20% (querem aumentar para 50% pelo menos, o que causaria gravíssimos impactos na floresta amazônica). O presidente demissionário da Funai lutou também contra pressões de lideranças indígenas, descontentes com a total falta de recursos para a entidade, devido ao contingenciamento de verbas orçamentárias desde janeiro. Ambientalistas e organizações de defesa dos interesses indígenas estão se movimentando em Brasília, principalmente junto ao PT e à base aliada no Congresso, para que não ocorra um retrocesso na demarcação de terras indígenas. (Veja também www.radiobras.gov.br, www.funai.gov.br, www.kaninde.org.br, www.socioambiental.org e www.cimi.org.br).

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