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PRDC quer mini-destilarias financiadas pela Petrobrás na terra indígena potiguara

Procuradoria da República no Estado da Paraíba
05 de Mar de 2007

O procurador regional dos direitos do cidadão na Paraíba, Duciran Farena, encaminhou ofícios à Petrobrás e ao Banco do Nordeste indagando sobre a possibilidade de que estes órgãos financiem a implantação de mini-destilarias de álcool na terra indígena potiguara, localizada no litoral norte da Paraíba.

Segundo o procurador Duciran Farena, a Petrobrás poderia financiar a produção de cana-de-açúcar e a construção de mini-destilarias pelas cooperativas indígenas, que em troca se comprometeriam a vender álcool para a estatal. Segundo ele, esta seria uma forma da comunidade indígena superar a dependência dos atravessadores e usinas locais, que compram a produção de cana dos índios a preços bem baixos.

O povo potiguara da Paraíba, afirma Duciran Farena, vive num círculo vicioso de miséria e dependência. Possui terras propícias para a cana-de-açúcar, mas seu plantio é de má qualidade, por falta de condições materiais. "Sua produção era realizada através de arrendatários, ou financiada pelas usinas compradoras, o que lhes deixa muito pouco. No ano passado, expulsamos os arrendatários ilegais da área, mas a dependência é tanta que a comunidade chega a pedir a volta dos intermediários, por não ter como financiar o plantio", relata o procurador.

Conforme Duciran Farena outro aspecto importante seria o ambiental, já que há enormes áreas propícias para o plantio de cana na região que não são aproveitadas por causa da pobreza de recursos dos indígenas. "Se os índios pudessem realizar um plantio de boa qualidade, não necessitariam estar sempre desmatando novas áreas, como fazem agora. A Petrobrás bem poderia agregar mais este componente às suas ações, suprindo a demanda por álcool ao mesmo tempo em que ajuda uma comunidade tradicional brasileira a sair de sua situação de dependência"

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