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Povos indígenas querem controle na exploração de águas

Jornal do Tocantins
Autor: Luana Fernanda
11 de Jul de 2018

Os povos indígenas Krahô-Kanela, que vivem na região do município de Lagoa da Confusão, região Sudeste do Estado, juntamente com os povos Tupinabás e Pataxós, ambos nativos do Estada da Bahia, participaram nesta semana uma audiência pública com a comissão dos Direitos Humanos do Senado Federal. A audiência, que foi coordenado pelo senador Hélio José (PPL/DF), reuniu em torno de 20 indígenas das três tribos.

O tema principal da audiência foi a retirada indiscriminada de água de forma ilegal dos rios Formoso e Javaé pelos produtores rurais no município de Lagoa da Confusão, como também, o uso de agrotóxicos e a paralisação da demarcação da terra Krahô-Kanela.

De acordo com um dos representantes dos povos, Wagner Katany Krahô-Canela, na audiência os representantes dos indígenas discutiram sobre o território Karahô-Canela com a terra denominada Mata Alagada, que abrange o Rio Javaé, Rio Formoso e Rio Noroti. "Além disso, também reivindicamos o território Krahô-Kanela e os impactos ambientais, que não estão respeitando o direito de consulta. O fazendeiro chega e faz o empreendimento e em nenhum momento os indígenas estão sendo consultados sobre isso. Sem contar que no período da seca os rios estão secando e durante as chuvas, de janeiro a maio a área está ficando 90% alagada", lamenta.

Segundo à Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), os nativos têm direito à consulta livre, prévia e informada sobre empreendimentos que vão afetá-los. "O povo desta região também tem direito de viver sem agrotóxicos em terras que são do nosso direito", destacou Wagner.

Lagoa da Confusão é o terceiro maior município produtor de arroz do Brasil e também um dos mais importantes produtores de melancia. Nas enchentes passada, os Krahô-Kanela perderam toda a plantação. Também participaram da reunião, a Fundação nacional do Índio (Funai) e Conselho Indigenista Missionário (CIM).

Chuvas

As chuvas deste deixaram em torno de 3.400 indígenas da etnia Krahô ilhados nas proximidades dos municípios de Itacajá e Goiatins. Devido a cheia do riacho Ribeirão dos Cavalos, a ponte que dá acesso a reserva ficou coberta de água e se rompeu. A situação no local persistiu quase todo período chuvoso, o que causou inúmeros transtornos para os indígenas.

De acordo com o professor indígena Renato Yahe Krahô, 33 anos, a alimentação dos indígenas estava sendo levada em sacos plásticos e atravessada por baixo da água ou canoas. Carro e moto não chegavam até às aldeias e o acesso da cidade até esses locais era feito por travessias dentro da água.

Na época, outras 14 famílias da Aldeia Takaywrá da etnia Krahô Kanela, localizada na Ilha do Bananal, ficaram alojadas em um abrigo montado no ginásio de esportes da cidade de Lagoa da Confusão, a 30 km da aldeia. As famílias estão lá por mais de três meses.

Lagoa da Confusão é o terceiro maior produtor de arroz do país e também um dos maiores na produção de melancia

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