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Polícia revela nomes do caso Zé Cláudio

OEco - http://www.oecoamazonia.com
Autor: Luciana Nanci
25 de Jul de 2011

Semana passada, os acusados de matar o casal de ambientalistas e líderes extrativistas José Cláudio e Maria do Espírito Santos Silva no final de maio em Nova Ipixuna, Pará, foram indiciados pela polícia civil do estado. O fazendeiro José Rodrigues Moreira foi apontado como mandante e o irmão dele, Lindojonson Silva Rocha, junto a Alberto Lopes Teixeira, teriam sido os executores do crime. O pedido de prisão preventiva foi feito três vezes pelo delegado José Humberto Melo. No entanto, foi negado por duas vezes pelo juiz Murilo Lemos Simão, da 4ª vara penal de Marabá. A nova decisão deve sair nos próximos dias.

Segundo as investigações, o crime foi motivado pela disputa por um lote designado aos extrativistas pelo Instituto Nacional de Conservação e Reforma Agrária (Incra). Rodrigues Moreira, dono de terras nos limites do assentamento, teria comprado o terreno onde viviam familiares de José Cláudio, que teria defendido o direito de ocupação da terra. Vinte dias antes dos assassinatos o casal havia mandado uma carta ao Ministério Público de Marabá denunciando o envolvimento de madeireiras da região em crimes ambientas. Graças às suas denúncias, pelo menos dez serrarias de castanheiras foram fechadas no ano passado, cinco delas em Nova Ipixuna. Apesar disso, o parecer da polícia estadual descartou a possibilidade de ligação com a extração ilegal de castanheiras.

Impunidade e medo

Para o advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), José Batista Afonso, a decisão de negar o pedido de prisão preventiva "levanta suspeitas contra a própria justiça e é reflexo da impunidade perpetrada pelo sistema judiciário da região". Pelo que a CPT apurou durante as investigações, Afonso afirma que "há elementos suficientes para que o mandado de prisão seja expedido". A polícia federal também investiga o caso e um parecer deve ser entregue nos próximos 15 dias.

Segundo Afonso, depoimentos e outras provas apontam para o envolvimento de mais pessoas no crime. "Temos convicção de que a decisão não saiu apenas da cabeça de um médio fazendeiro", afirma. Testemunhas teriam indicado o envolvimento de outros madeireiros que tinham atuação na área que José Cláudio e Maria lutavam para proteger.

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