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Petrobras é "controversa", diz consultoria

FSP, Mercado, p. B8
17 de Set de 2010

Petrobras é "controversa", diz consultoria
Lista da RepRisk é elaborada com base no monitoramento de notícias e considera aspectos ambientais e sociais
Estatal informa que estranha um ranking construído somente com base na avaliação de exposições na mídia

Janaina Lage
Cirilo Junior
Do Rio

Relatório da consultoria europeia RepRisk divulgado no mês passado classifica a Petrobras como uma das dez empresas mais controversas do setor de petróleo. O ranking leva em conta aspectos ambientais e sociais.
A RepRisk foi citada pelo "Financial Times" como uma das poucas empresas capazes de dizer "eu avisei" após o acidente em abril com uma plataforma da BP (British Petroleum) no golfo do México.
Nos últimos quatro anos, a RepRisk classificou a BP como empresa de alto grau de exposição a risco. Em 2009, ela fez parte da lista das dez empresas mais controversas do mundo.
Segundo Karen Reiner, gerente de projeto da RepRisk, desde o acidente, aumentaram as críticas a projetos semelhantes de perfuração em águas profundas.
"Isso indica que há uma conscientização crescente e uma preocupação com o que pode acontecer nesse tipo de perfuração, o que pode resultar em uma melhor regulação e transparência para a indústria. Essa será uma mudança gradual", disse.
Em agosto, a pontuação da Petrobras ficou em 55 (o ranking varia de zero a 100). Notas entre 50 e 75 se referem a empresas de alto grau de exposição a risco. A primeira vez que a Petrobras alcançou um patamar superior a 50 foi em julho deste ano.
O cálculo leva em conta informações divulgadas por jornais, blogs, ONGs, entre outras fontes. A avaliação é feita por analistas de risco de acordo com padrões internacionais, como o Pacto Global das Nações Unidas.
A primeira colocada em agosto foi a BP. A lista inclui ainda nomes como a Chevron e a Total.
Os projetos da empresa com maior volume de críticas foram o campo de Tupi e o lote 117, exploração em parceria com a Ecopetrol no Peru, entre outros.
As principais queixas se referem a impactos nos ecossistemas e nas comunidades.
Para Claudio Serra, especialista em ambiente da Uerj, após o acidente da BP, as empresas vão se voltar cada vez mais para minimizar os riscos da atividade exploratória, com mais investimentos em prevenção de acidentes.

DESCONHECE
A Petrobras informou em nota que desconhece o ranking e a metodologia de cálculo. "A empresa estranha um ranking construído somente com base na avaliação de exposições na mídia, sem considerar entidades e instituições de referência em questões socioambientais."
A companhia destacou ainda que em 2010 ficou entre as cem empresas mais sustentáveis do mundo no ranking Global 100, da revista canadense "Corporate Knights", especializada em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável.

FSP, 17/09/2010, Mercado, p. B8

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1709201017.htm

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