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Pesquisadores realizam primeiros estudos ambientais no Parque Nacional do Juruena

Instituto Centro de Vida - ICV
Autor: Maria Elisa Corrêa
06 de Dez de 2007

Fazer o diagnóstico ambiental da região para o Plano de Manejo do Parque Nacional do Juruena. Esta é a justificativa para 26 pesquisadores terem acampado entre os dias 9 de novembro ao dia 2 de dezembro, em meio à floresta amazônica, próximo as corredeiras do Salto Augusto, no rio Juruena.

Foram 6 meses dedicados ao planejamento e à execução da expedição, organizada para fazer a AER - Avaliação Ecológica Rápida da região e o estudo de uso público do Parque. De acordo com Gustavo Irgrang, coordenador do Programa de Conservação e Áreas Protegidas do ICV - Instituto Centro de Vida, e coordenador da expedição, a AER é uma metodologia de pesquisa usada para diagnosticar a fauna e a flora de uma região com o levantamento de informações em campo. O método consiste em todos os pesquisadores estarem em campo ao mesmo tempo, fazendo pesquisas nas mesmas áreas, chamadas de sítios ou trilhas.

"Isso permite que os resultados sejam comparáveis, ou seja, a gente tem como comparar os resultados de uma trilha com outras e também permite que a gente compare o resultado final do diagnóstico com o diagnóstico de outra Unidade de Conservação que usou o mesmo método. Isso facilita a consolidação dos resultados", declara Gustavo.

Com base nos resultados da AER, do diagnóstico dos meios físicos da região (aspectos geológicos, de solo, relevo, hidrografia, clima etc) e de um estudo sócio-econômico do Parque e entorno, é desenhado o Plano de Manejo da UC - Unidade de Conservação. Este plano serve para orientar de que forma a sociedade poderá fazer uso do Parque. Quais áreas podem ser liberadas para visitação pública e quais devem ser isoladas.

"O plano de manejo não é para os animais nem para os vegetais. O plano de manejo é para os homens, ou seja, para a sociedade saber como ela vai usufruir daquele patrimônio. Quais são as regras, o código de postura, a lei orgânica, assim como é na parte urbana o Plano Diretor de uma cidade", acrescenta Gustavo.

Para finalizar os estudos sobre os aspectos biológicos do Parque a equipe volta a se encontrar no mês de fevereiro para mais uma campanha de campo, desta vez na região norte da UC, já no extremo norte do município de Apiacás, divisa com o Amazonas.

Parque Nacional do Juruena - PNJ

Criado em 5 de junho de 2006, o Parque abrange, com sua área de quase 2 milhões de hectares, os municípios de Apiacás, Nova Bandeirantes e Cotriguaçu em Mato Grosso, e Apuí e Maués no Amazonas.

É o terceiro maior parque do Brasil, atrás apenas do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, com 3,9 milhões de hectares, e do Parque Nacional do Jaú, com 2,3 milhões de hectares. Faz parte do corredor ecológico do Sul da Amazônia, uma barreira contra o desmatamento que avança do sul do país para a região da floresta, e é considerado de extrema relevância para conservação da diversidade biológica da região.

De acordo com o que consta no SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, o PNJ é uma Unidade de Proteção Integral, que tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica.

O Parque é uma área de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. Em seu território fica permitida apenas a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico, sendo que a visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo.

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