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Pelo resgate das bandas do interior

O Tempo online (MG) - http://www.otempo.com.br/
Autor: Julia Guimarães
03 de Jan de 2011

Conhecido pelo trabalho voluntário que realiza no interior de Minas, ao tocar música para a população de baixa renda, o maestro Urbano Medeiros tem se dedicado também à valorização das bandas filarmônicas do interior.

Realizadas em municípios e vilas de Minas, as ações do maestro se dividem em duas frentes: dar apoio artístico a bandas já existentes no interior e criar novos grupos de filarmônicas a partir do ensino musical para crianças e adolescentes pobres. "Normalmente, eu reúno os músicos nas praças, nas ruas e nos coretos ou até mesmo nas casas onde moram. Com esse trabalho, tento resgatar a auto-estima dessas filarmônicas do interior, que correm o risco de acabar por falta de apoio", explica.

Morador de Pará de Minas, cidade do Centro-Oeste mineiro, Medeiros mantêm bandas em pequenos municípios do Estado, como o de Pescador e no povoado de Cachoeira de Minas. O maestro desenvolve ainda um trabalho com os índios Yanomami, no alto Rio Negro e com famílias de ciganos. "Todo ano eu vou à diocese do Rio Negro, onde sou convidado a ficar uma época com os índios. Lá, usamos instrumentos de madeira nativos para criar bandinhas com crianças indígenas. E sempre deixo alguém da comunidade para ser o 'maestrinho', porque não gosto de centralizar tudo em mim".

Já tendo passado por quase 5 mil cidades do país para tocar música com finalidades terapêuticas, Urbano Medeiros se baseia no pensamento do educador Paulo Freire para desenvolver seu ofício. "Estudo obras musicais que vêm do cristianismo antigo. E embora seja um cristão católico praticante, sou essencialmente um humanista, pois vejo minhas ações sob o prisma da carência do pobre. Como dizia o grande educador Paulo Freire, penso que a carência gera criatividade, pois é uma forma de canalizar o potencial de cada um, alcançar a transcendência".

O maestro critica, ainda o descaso das autoridades relação às bandas do interior. "Muitas vezes, só se lembra das filarmônicas na hora de inaugurar uma obra. Minha ideia é que essas bandas sejam financiadas para tocar".

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