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Pelo menos quatro etnias de indígenas em Minas Gerais já registraram casos de coronavírus

G1 MG - g1.globo.com/mg
Autor: Laura Marques
10 de Ago de 2020

Pandemia atingiu modo de vida de 100 famílias na Grande BH, que já haviam sido prejudicadas pela tragédia da Vale no ano passado.

Por Laura Marques, CBN BH - Belo Horizonte
10/08/2020 09h48 Atualizado há 3 anos

Dos 15 povos indígenas reconhecidos pelo governo de Minas Gerais, 4 etnias tiveram pelo menos 32 casos e uma morte por coronavírus. Até o dia 3 de agosto, foram diagnosticados indígenas infectados entre os Xakriabá, Pataxó, Pataxó Hã Hã Hãe e Maxakali. A informação está no último boletim especial da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Marcando o Dia Internacional dos Povos Indígenas, 9 de agosto, o Comitê Mineiro de Apoio à Causa Indígena, lançou uma campanha para arrecadação de doações para cerca de 100 famílias que tiveram o trabalho inviabilizado pela pandemia.

Elas vivem na Grande BH, no contexto urbano, e não possuem terras demarcadas. Dependiam principalmente da venda de artesanato. E, por conta do coronavírus, as feiras, onde comercializavam os produtos, estão fechadas desde março.

Algumas dessas famílias também tiveram a aldeia atingida pela lama da barragem da Vale, e ainda não puderam voltar a pescar no rio que passa pela comunidade, na cidade de São Joaquim de Bicas. A atividade era uma dos meios de sobrevivência dos Pataxó Hã Hã Hãe.

A fundadora do Comitê Mineiro de Apoio à Causa Indígena, Avelin Buniacá Kambiwá, foi infectada com Covid-19 e afirma que os dados do estado sobre o tema não são confiáveis. Ela cita medidas que precisam ser tomadas no sistema de saúde para que as informações sejam contabilizadas de forma correta.

De acordo com o governo de Minas, a maioria dos registros de coronavírus entre indígenas do estado - 20 deles - foi confirmada entre os Pataxó e Pataxó Hã Hã Hãe. Mas o levantamento do estado não aponta onde eles vivem.

Entre os Xakriabá do território de São João das Missões, no norte de Minas, foram confirmados 10 casos de indígenas com a doença. Entre os Pataxó de Açucena, no Vale do Rio Doce, um indígena morreu e outro está em isolamento domiciliar.

Dentre os indígenas Maxakali, os casos ocorreram nos municípios de Bertópolis, Ladainha, Santa Helena de Minas e Teófilo Otoni, na Região do Vale do Jequitinhonha. Onze indígenas desta etnia tiveram a doença e 22 casos ainda estavam em análise segundo o último balanço da SES. Alguns estavam em aldeias e parte estava na Casa de Saúde Indígena de Governador Valadares.

Há meses a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) denuncia a subnotificação de mortes e casos de indígenas infectados por coronavírus nos números oficiais de todo o país. Segundo a entidade, muitas vezes, faltam testes para confirmar a infecção. Além disso, a Apib afirma que há casos em que aqueles que não vivem em aldeias não são reconhecidos como indígenas.

Para contribuir com doações para os indígenas da Grande BH, acesse o site da campanha.

https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/08/10/pelo-menos-quat…

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