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Suicídio cresce no Brasil em 11 anos; população indígena lidera índice

94 Fm Dourados - 94fmdourados.com.br
23 de Fev de 2024

O Brasil teve mais de 147 mil suicídios entre 2011 e 2022, apontou um estudo feito por pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard (EUA) e do Cidacs/Fiocruz Bahia (Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz).

A pesquisa, publicada no periódico The Lancet no dia 15 de fevereiro, também mapeou casos de automutilação, quando a pessoa tenta amenizar o sofrimento psicológico por meio de ferimentos físicos e que, com o tempo, podem levar à tentativa de suicídio. É a primeira vez que uma pesquisa organiza dados das duas ocorrências e de internações relacionadas a elas no Brasil. Esse mapeamento ajuda a planejar políticas de combate ao suicídio

Entre 2011 e 2022, o Brasil teve alta de 3,7% de suicídios (foram 147.698, no total) e 21,13% de autolesões (104.458 casos, no total). As informações são de três bancos de dados: Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação); internações por automutilação do SIH (Sistema de Informações Hospitalares) e dados de suicídio do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade).

O suicídio é um fenômeno multifatorial. Isso quer dizer que vários aspectos levam a ele, e não apenas a presença de transtornos psiquiátricos. Aspectos genéticos, faixa etária, apoio social e econômico influenciam o desfecho grave.

Flávia Jôse Alves, uma das autoras do estudo, explica que os dados vão ajudam a nortear políticas públicas. "É importante a possibilidade de acessar essas informações e de tê-las públicas. Fazer pesquisa com esses dados ajuda a ciência a pensar estratégias de prevenção baseadas em evidência", afirma a psicóloga e pesquisadora do Cidacs/Fiocruz Bahia e da Escola de Medicina de Harvard.

Quais foram os principais resultados?

Suicídio é maior entre indígenas. A população lidera os índices de suicídio e autolesões, mas tem menos hospitalizações. Isso revela um vazio assistencial no socorro e no suporte em saúde mental.
Aumento entre jovens. Notificações de automutilação e hospitalizações foram maiores entre pessoas mais jovens, acompanhando as taxas globais

Brasil na contramão dos dados mundiais. A taxa global de suicídio caiu, enquanto subiu nas Américas, com foco especialmente no Brasil -uma tendência já apontada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Diferenças por gênero. Mulheres lideram as taxas de autolesão, e os homens as de suicídio, também seguindo as taxas mundiais -o suicídio foi quase quatro vezes mais frequente em homens, e as autolesões duas vezes mais frequentes em mulheres

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