VOLTAR

Passeata defende filho do cacique Xicão

Jornal do Commercio (PE) - http://www.linearclipping.com.br/funai/detalhe_noticia.asp?cd_sistema=45&codnot=755621
04 de Jun de 2009

Organizações estaduais de direitos humanos, movimentos sociais e indígenas promovem a partir das 14h de amanhã, no Recife, ato contra a condenação do cacique Marcos Luidson, 30, e de outros representantes dos xucurus do Ororubá, decretada há duas semanas pelo juiz Francisco Glauber Alves, da 16ª Vara Federal, em Caruaru. Os ativistas alegam que a liderança não pode ser responsabilizada por uma revolta popular ocorrida em fevereiro de 2003, na área indígena, em Pesqueira, Agreste. A revolta, com expulsão de famílias e queima de casas, ocorreu em resposta a atentado sofrido pelo cacique. Ele sobreviveu, mas outros dois índios morreram.

O movimento de direitos humanos considera que há violação de tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, fato que motivou a denúncia do processo à Organização dos Estados Americanos (OEA) em março último, explica a educadora Caroline Leal, do Centro Luiz Freire de Cultura Popular. O cacique foi condenado a dez anos de prisão sem que testemunhas de defesa tenham sido ouvidas, denunciou o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Marcos Luidson é um dos principais líderes indígenas do Nordeste, membro do Conselho Nacional de Política Indigenista e do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável. Assumiu a liderança dos xucurus do Ororubá em 2000, dois anos depois da morte do seu pai, cacique Francisco de Assis de Araújo, assassinado por fazendeiros. Xicão tornou-se mártir por ter liderado, no Nordeste, o movimento que resultou na demarcação de terras indígenas.

Em fevereiro de 2003, na área xucuru, Marcos foi ferido em atentado à bala. Pensando que o cacique tinha sido morto, índios expulsaram da Aldeia Cimbres familiares do acusado, o também xucuru Louro Frazão, e queimaram suas casas. O atentado teria sido motivado por discordâncias internas quanto à instalação de um santuário da Igreja Católica.

Os movimentos que apóiam o cacique se queixam de parcialidade de policiais federais na investigação do caso. Advogados recorreram da condenação no Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, no Recife. Depois da concentração às 14h de amanhã, na Câmara dos Vereadores, ativistas irão em caminhada até a sede do TRF, no Cais do Apolo. O cacique vem recebendo apoio de representantes da ala progressista da Igreja Católica. O ato terá a participação do Cimi, Centro Luiz Freire, Gajop, professores das Universidades Federais de Pernambuco e da Paraíba, pesquisadores da Fiocruz e parlamentares.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.