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Parque do Butantã nem saiu do papel

OESP, Metrópole, p. C8
08 de Nov de 2011

Parque do Butantã nem saiu do papel

Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli

Em meados do ano passado, a Prefeitura de São Paulo anunciou a criação do Parque Ecológico Alfred Usteri, que teria 13 mil m² e ficaria no Butantã, na zona oeste da cidade. Ele seria um dos raros parques fechados à visitação dentro da malha urbana - a ideia era agendar visitas guiadas para garantir a recuperação do cerrado no local. A área estava prevista para ser inaugurada no fim deste ano, mas as obras atrasaram e, agora, não há mais previsão de quando será aberta.

1. Qual é a importância do Parque Ecológico Alfred Usteri?

A área de 13 mil m² onde a Prefeitura de São Paulo prometeu criar um parque ecológico é uma das poucas onde ainda existem espécies remanescentes de cerrado dentro da malha urbana da cidade. Esse tipo de vegetação é composto por espécies de menor porte, gramíneas e árvores com tronco retorcido adaptadas a climas mais secos.

2.Onde mais há cerrado dentro da cidade?

Até o início do século passado, o cerrado cobria boa parte da área central da cidade, incluindo Bela Vista, Jardins e Vila Mariana. O avanço da urbanização praticamente acabou com o cerrado da área urbana, que ainda resiste nas franjas da Região Metropolitana e em algumas áreas verdes como o câmpus da Universidade de São Paulo (USP).

3. Como seria esse parque?

Localizado no entorno das Avenidas General Mac Arthur e Corifeu de Azevedo Marques, entre o Butantã e o Jaguaré, o parque abriga pelo menos seis espécies típicas do cerrado que estão virtualmente extintas na cidade, como a língua de tucano, a barba de bode e o murici do cerrado. Por isso, ele seria fechado à visitação.

4. Por que isso é necessário?

Para garantir a recuperação e a manutenção do cerrado. A Prefeitura prometeu criar visitas programadas ao local para se conhecer a vegetação. Uma comissão foi criada há mais de um ano para estudar por quatro meses as características de fauna e flora do local, para propor um plano de manejo que contemple a retirada das espécies invasoras, como o capim africano. Elas não são típicas da região e impedem a recuperação do cerrado, que é bastante frágil.

5. Em que pé está essa implementação?

Segundo a Prefeitura, o plano de manejo que deveria ter sido concluído no ano passado sequer está pronto. A administração havia prometido o parque para o fim deste ano, mas agora não há mais data para que ele saia. Segundo a administração, também está sendo feito o cadastramento dos exemplares arbóreos, sinalização e cercamento.

OESP, 08/11/2011, Metrópole, p. C8

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