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Parcela dos paulistanos que relatam falta de água aumenta e vai a 46%

FSP, Cotidiano 2, p. 1, 3
16 de Ago de 2014

Parcela dos paulistanos que relatam falta de água aumenta e vai a 46%
De acordo com pesquisa Datafolha, crise hídrica é conhecida por 99% da população
Em todo o Estado, percentual dos que afirmam ter sofrido desabastecimento é o mesmo que em junho

DE SÃO PAULO

Pesquisa Datafolha aponta que 46% dos paulistanos dizem ter sofrido interrupção no fornecimento de água em casa nos últimos 30 dias.
O percentual é maior do que na pesquisa anterior, feita em maio, quando 35% relataram falta de água.
O crescimento está fora da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento atual foi realizado em 12 e 13 de agosto.
Considerando todo o Estado de São Paulo, 28% dos entrevistados relataram falta de água, ante 32% em junho, de acordo com outra pesquisa do Datafolha.
Essa variação está dentro da margem de erro.
Desde o início do ano, todo o Estado de São Paulo, e a região metropolitana em particular, vive uma grave crise hídrica, com a redução drástica do volume armazenado no sistema Cantareira.
De lá para cá, cresceram os relatos de falta de água, especialmente à noite.
O governo estadual reduziu a pressão com que a água é transportada para as casas, mas nega que a medida seja equivalente a um racionamento e que ela provoque as interrupções relatadas por parte da população.
No Estado, em cidades não atendidas pela Sabesp, 2,1 milhões de pessoas já vivem rodízio oficial com até dois dias sem água.
Segundo a última pesquisa, 28% dos paulistanos relataram ter sofrido interrupção no fornecimento em casa por cinco dias ou mais.
A maioria (51%), porém, afirma que não teve desabastecimento nenhum dia.
A crise é conhecida por 99% da população do Estado--57% se dizem bem informados sobre o tema e 34% mais ou menos informados.
ALCKMIN
De acordo com o Datafolha, é semelhante o percentual de entrevistados que aprova (28%) e desaprova (27%) a atuação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na condução da crise.
Os dados ajudam a entender porque a escassez hídrica não derrubou as intenções de voto do tucano, que lidera a corrida estadual com 55%, suficiente para dar-lhe a vitória no primeiro turno.
Os mais críticos à resposta do governo à crise são os mais escolarizados, onde a desaprovação cresce para 34%, e os mais ricos, com 35%.
A pesquisa Datafolha fez 2.045 entrevistas em 56 municípios do Estado.
O sistema Cantareira, principal abastecedor da Grande São Paulo, vive a maior crise de sua história. Na sexta (15), tinha 13,2% de seu volume.
(ARTUR RODRIGUES E HELOISA BRENHA)

Maioria diz que Alckmin omite dados de estiagem
71% na capital paulista acham que governo divulga só o que lhe interessa
Sabesp afirma que número de reclamações da população sobre falta de água em São Paulo vem diminuindo

DE SÃO PAULO

A maioria da população diz acreditar que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) omite informações sobre a crise hídrica em São Paulo.
Segundo pesquisa Datafolha, 64% dos entrevistados no Estado e 71% na capital afirmam que o governo tem fornecido somente os dados que interessam à gestão.
Outros 30% no Estado e 23% na capital paulista avaliam que são fornecidas todas as informações disponíveis --e 6% e 5%, respectivamente, não opinaram.
No Estado, mais da metade das pessoas (56%) que pretendem votar para que Alckmin continue no governo considera que o Estado não divulga todos os dados.
Entre os mais escolarizados, esse índice sobe para 75%. O percentual é de 71% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos.
Já entre os menos escolarizados aumenta a confiança na transparência do governo. Nesse grupo, 49% acreditam que o governo Alckmin se limita a fornecer informações convenientes.
RECLAMAÇÕES
Apesar do aumento do número de pessoas que dizem sofrer com falta de água, a Sabesp, companhia do governo paulista que abastece 63% da população do Estado, afirma que as reclamações relacionadas ao problema em São Paulo vêm diminuindo.
De acordo com os dados da empresa estatal, as queixas caíram de 39,4 mil em maio para 31 mil em junho, uma redução de 21%.
Se a comparação for feita em relação a junho do ano passado, a queda foi de 6%, segundo a companhia.

FSP, 16/08/2014, Cotidiano 2, p. 1, 3

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/180858-parcela-dos-paulistan…

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/180860-maioria-diz-que-alckm…

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