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Para Dilma, antes do PAC governo não planejava

OESP, Nacional, p. A4
15 de Mai de 2007

Para Dilma, antes do PAC governo não planejava
Ministra critica forma como País era administrado havia 20 anos, incluindo o 1o mandato do presidente Lula

Jacqueline Farid e Fernando Dantas

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) significa uma retomada do planejamento estratégico no País e, numa crítica que aparentemente incluía o primeiro mandato do presidente Lula, afirmou que há 20 anos "o governo não estava preparado para fazer gestão nem para ter um programa nem para acelerar o crescimento".

As declarações da ministra foram feitas durante palestra na abertura do 19o Fórum Nacional, no Rio. Para Dilma, o PAC "não é um instrumento subjetivo de avaliação como se fez nos últimos 15 anos no Brasil, mas sim um instrumento de gestão". Ela observou também que o programa colocou o tema do desenvolvimento e do crescimento econômico no centro da agenda de discussões do País, envolvendo o governo federal, os Estados e os municípios.

Lembrando que o PAC prevê investimentos de R$ 504 bilhões em quatro anos, a ministra recapitulou a sistemática do programa, pela qual o governo federal vem a público a cada quatro meses para fazer uma avaliação do andamento de todos os projetos - 1.646 ações, das quais 912 são obras. Pela primeira avaliação, realizada na semana passada, 9,4% das iniciativas estão com atraso que ameaça sua data de entrega.

Em entrevista na saída do evento, a ministra afirmou que as soluções ambientais para os investimentos "não podem ser políticas, mas técnicas". Ela fez a afirmação ao ser indagada sobre quando sairá a licença ambiental para projetos no Rio Madeira. "É muito importante que a gente tire da cabeça a escolha de Sofia, entre meio ambiente e energia", acrescentou Dilma. "O governo tem claramente uma posição de entendimento correto da relação entre meio ambiente e energia. Nós precisamos de energia para crescer, mas não podemos repetir erros históricos e desastrosos em alguns empreendimentos elétricos. Dilma citou como exemplo de erro a usina da Balbina, na região Norte, dizendo que não produziu a energia necessária por causa do nível de alagamento.

Questionada sobre outras fontes de energia que poderiam ser usadas no lugar de hidrelétricas, como a nuclear, ela citou as térmicas como opção e disse que Angra 3 é uma possibilidade a ser considerada, mas que pode tomar mais do que quatro anos para ser concluída.

O ministro Guido Mantega, que também participou do evento, disse que o PAC não é um plano acabado, e que pode incluir novas iniciativas, como o recém-lançado Plano de Desenvolvimento da Educação, que vai aumentar o investimento em capital humano no Brasil.

Tasso faz defesa pública de Marina

Wilson Tosta

O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), assumiu ontem a defesa de Marina Silva (Meio Ambiente). Em discurso no 19o Fórum Nacional, no Rio, ele previu para breve novo apagão energético e afirmou que o governo deve jogar sobre Marina a responsabilidade. "O governo já está precipitando o eventual apagão, colocando nas costas da ministra essa dificuldade, quando não vai ser culpa nem da hidrelétrica do Rio Madeira nem da ministra. Vai ser culpa de uma série de erros cometidos ao longo dos últimos cinco anos e que têm na sua raiz este certo preconceito em relação à iniciativa privada."

Para ele, "se não fosse o baixo crescimento do País e a hidrologia favorável", já seria "véspera de um apagão".

OESP, 15/05/2007, Nacional, p. A4

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