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País precisará de um novo PAC para oferta de energia

FSP, Dinheiro, p. B6
05 de Mai de 2010

País precisará de um "novo PAC" para oferta de energia
Estudo aponta necessidade de investimento de R$ 951 bi para atender demanda maior até 2019

Pedro Soares
Da sucursal do Rio

Para fazer frente a um crescimento médio da economia de 5,1% ao ano e o consequente aumento do consumo de energia elétrica e de combustíveis de 5,4%, serão necessários investimentos de R$ 951 bilhões em todas as fontes de energia no Brasil entre 2010 e 2019.
É quase o mesmo valor previsto (R$ 980 bilhões) de investimento entre 2011 e 2014 para o PAC 2, o programa de aceleração do crescimento do governo federal, que inclui diferentes áreas, de energia e infraestrutura até saneamento e saúde.
A cifra foi estimada pela estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética) em seu Plano Decenal de Energia, principal instrumento usado pelo governo para o planejamento do setor, divulgado ontem. Com base nas projeções da EPE, o governo decide, por exemplo, quantas usinas hidrelétricas serão licitadas nos próximos anos.
Do investimento total previsto, 71% ocorrerá na expansão da produção de petróleo e gás natural (R$ 672 bilhões), principalmente por conta das descobertas do pré-sal. Parte já foi alocada pela Petrobras em seu plano de negócios.
Já para elevar a oferta de energia elétrica, os investimentos estimados são de R$ 214 bilhões até 2019 (22,5% do total). Até esse ano, o país terá de conceder mais 39 hidrelétricas, além das que já foram a leilão nos últimos anos, como as duas do rio Madeira (Santo Antonio e Jirau) e a de Belo Monte.
Em média, o país terá de erguer uma Belo Monte a cada um ano e meio para dar suporte ao crescimento do mercado de energia elétrica -estimado também em 5,1% ao ano.
Licitada em abril, a usina do rio Xingu vai gerar, em média, 4.500 MW ao ano de energia, e a necessidade de expansão do sistema elétrico é de cerca de 3.300 MW ao ano. No pico, ela poderá gerar 11 mil MW.
Para Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, um dos destaques do plano é que não há previsão de instalação de novas termelétricas a partir de 2014, o que contribuirá para "limpar" a matriz energética do país.
Até 2014, porém, já foram licitadas e vão entrar em operação termelétricas capazes de gerar mais energia do que uma usina de Belo Monte no pico.
O plano indica ainda que cada vez mais o brasileiro usará o álcool para abastecer seus veículos: o consumo do biocombustível deve aumentar 36,5% entre 2010 e 2019 na esteira da expansão de carros flex.
Os modelos bicombustíveis, estima a EPE, chegarão a 78% da frota em 2019 -hoje, representam 37%. O consumo de gasolina cairá 20% até 2019, o que deslocará uma fatia maior da produção de petróleo para o refino de diesel e para a exportação de óleo bruto.

FSP, 05/05/2010, Dinheiro, p. B6

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi0505201017.htm

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