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ONGs iniciam atos contra a hidrelétrica

OESP, Economia, p. B5
03 de Fev de 2010

ONGs iniciam atos contra a hidrelétrica
Ambientalistas fazem vigília diante do Ibama em quatro cidades do Pará

Renée Pereira

Ambientalistas, ribeirinhos e indígenas do oeste do Pará dão início amanhã a várias ações contra a Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. O primeiro ato público será uma vigília em quatro cidades do Pará (Altamira, Belém, Itaituba e Santarém) em frente às unidades do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), que liberou segunda-feira a licença prévia para a construção da usina de 11.233 megawatts (MW) de potência.

Em Altamira, uma das cidades que receberão as obras da terceira maior hidrelétrica do mundo (prevista para ser leiloada em abril), a manifestação vai ocorrer entre 15 e 18 horas de amanhã. Nos demais locais, o ato será às 18 horas. Segundo a assessora técnica do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, Renata Pinheiro, a liberação da licença ambiental pelo Ibama foi um golpe para os moradores da região. "As pessoas estão bastante desanimadas. Há um sentimento geral de derrota, já que essa luta dura mais de 20 anos."

Ela afirma, no entanto, que ninguém vai desistir dos seus direitos. A manifestação de amanhã deverá ser apenas um dos instrumentos que as ONGs vão lançar mão para tentar barrar a construção da hidrelétrica. A assessora destaca que há a possibilidade de as ONGs entrarem na Justiça contra o empreendimento. "Estamos num momento de análise. Não é porque o governo chegou com esse rolo compressor que vamos abandonar a luta."

Renata comenta que outras organizações ambientais estão sendo contactada para aderir ao movimento, especialmente às internacionais. Já estão na briga contra a usina ONGs como a International Rivers, WWF (World Wildlife Fund), Greenpeace e Amigos da Terra. O objetivo é criar um movimento não só no Brasil como no exterior. Um dos grandes aliados ao movimento contra Belo Monte é o cantor Sting. Em sua última passagem pelo País, em novembro de 2009, ele fez questão de participar de uma coletiva para falar contra a usina.

Belo Monte será construída em três locais diferentes e envolve cinco municípios: Brasil Novo, Altamira, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio e Anapu. No total, a barragem da usina vai alagar 516 quilômetros quadrados (km²), bem abaixo do 1.200 km² previstos no projeto original da década de 80.

Para atenuar os impactos ambientais, o Ibama determinou que os investidores atendam 40 condicionantes, a um custo de R$ 1,5 bilhão. No caso das usinas do Rio Madeira (6.450 MW), o órgão ambiental determinou 33 condicionantes.

OESP, 03/02/2010, Economia, p. B5

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