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Ofício de Populações Indígenas em Mato Grosso esclarece mal-entendidos ocorridos no primeiro turno das eleições

mpf http://www.mpf.mp.br/
26 de Out de 2018

O MPF, por meio do Ofício de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais de Cuiabá (MT), vem a público esclarecer que, ao contrário do que foi amplamente divulgado na imprensa local e nacional no dia 7 de outubro (domingo), não houve nenhum tipo de hostilidade entre indígenas e integrantes do Exército Brasileiro, assim como não houve tentativa de fraude por parte de um indígena detido com vários títulos de eleitor.

Em relação à primeira notícia equivocada, em que se afirmou que o Exército foi recebido a flechadas em aldeia, diferentemente do que foi noticiado, todo o processo eleitoral transcorreu de maneira pacífica e conforme planejado. O fato teria se dado no município de Brasnorte, envolvendo indígenas da etnia Myky, que pela primeira vez tiveram votação na própria aldeia, que está no interior da 56ª Zona Eleitoral. O trabalho conjunto do TRE, do Exército e da Funai viabilizou o exercício do direito político dos indígenas, de forma segura, com adesão de 100% dos eleitores votantes na seção.

Pelo que se apurou a partir dos relatos dos que estavam no local, os preparativos para a votação tiveram início no sábado (06/10), com a chegada das equipes do TRE/MT e do Exército à aldeia. Por ser uma ocasião festiva, no dia da eleição, vários indígenas compareceram trajando vestimentas e adereços tradicionais, incluindo arcos e flechas, o que acabou assustando alguns integrantes da equipe. Também houve, a pedido dos visitantes, demonstração do uso do arco e flecha por alguns indígenas, mas nenhum ataque ou ameaça aos soldados ou aos servidores da Justiça Eleitoral.

Já sobre a notícia de que um indígena teria sido detido com cerca de 70 títulos eleitorais em Guarantã do Norte, apurou-se que, na verdade, foram encontrados apenas 5 títulos em sua posse, além do dele, além de 3 formulários de justificativa de voto já preenchidos. Pelo que foi esclarecido posteriormente, não houve tentativa de fraude. O indígena acreditava que poderia justificar os votos daqueles que não puderam se deslocar da aldeia até a cidade, e não votar por eles. Ao chegar na Seção Eleitoral portando 6 títulos, ele acabou não sendo compreendido ao se expressar, causando a situação. Foi realizada audiência de custódia com auxílio de um servidor da Funai, o caso foi esclarecido e indígena foi imediatamente liberado.

Diante disso e às vésperas do segundo turno das eleições, o MPF se solidariza com os indígenas de Mato Grosso que foram extremamente hostilizados na internet e em seus municípios a partir das notícias falsas divulgadas sobre eles. Espera-se, ainda, que, neste dia 28 de outubro, nenhum outro mal-entendido abra espaço para tanto preconceito e que os ofendidos recebam os devidos pedidos de desculpas dos responsáveis pela informação equivocada.

http://www.mpf.mp.br/mt/sala-de-imprensa/noticias-mt/nota-de-esclarecim…

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