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OEA deverá revisar pedido de paralisação de Belo Monte

O Globo, Economia, p. 30
05 de Mai de 2011

OEA deverá revisar pedido de paralisação de Belo Monte

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, afirmou, em entrevista à BBC Brasil, que é provável que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) revise sua decisão sobre Belo Monte, alterando a solicitação feita ao governo brasileiro no início de abril para que paralise as obras da usina hidrelétrica no Rio Xingu.
- Como vai revisar eu não posso dizer, porque não estou autorizado. Espero que o faça, sinceramente - disse Insulza na entrevista publicada ontem no site da BBC Brasil.

Ele veio ao Rio para participar do Fórum Econômico Mundial da América Latina, encerrado na última sexta-feira. Insulza ressaltou que a solicitação para interromper as obras de Belo Monte partiu da CIDH, órgão "completamente autônomo" da OEA. O secretário-geral da entidade contemporizou o imbróglio causado pelo pedido de suspensão da construção da usina, que irritou o governo brasileiro.

- Acho que, quando falamos de algo com a envergadura de Belo Monte, as coisas provavelmente teriam de ser vistas e conversadas com muito mais calma - afirmou.

Ao solicitar a paralisação dos trabalhos de operários às margens do Xingu, a CIDH argumentou que os povos indígenas que vivem na região deveriam ser consultados sobre a construção da usina. O governo considerou o pedido uma interferência externa descabida, alegando que vem promovendo debates e prestando esclarecimentos em todas as aldeias da região.

Ao ser questionado sobre o que levou a CIDH a tomar a decisão de enviar uma carta a Brasília sugerindo a suspensão das obras, Insulza foi taxativo:
- As decisões dessa carta não saíram nem da secretaria-geral, nem do conselho, nem da assembleia da OEA, mas somente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. É muito importante deixar isso claro. Não que eu esteja fugindo à responsabilidade, mas as coisas são assim. Em matéria de direitos humanos, quem fala é a comissão.

O Globo, 05/05/2011, Economia, p. 30

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