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Novas hidrelétricas vão evitar enchentes

Folha Popular-Palmas-TO
24 de Jan de 2002

Estudos técnicos desenvolvidos pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) confirmaram que a implantação dos lagos das usinas hidrelétricas de Canabrava, em Goiás, Peixe e Ipueiras, no Tocantins, além de garantir o melhor aproveitamento das águas do rio Tocantins, vão normalizar o seu percurso, reduzindo a quase zero o risco de futuras inundações.

Com a construção das novas hidrelétricas e a formação dos seus respectivos lagos, as águas do rio Tocantins serão controladas pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) através de um avançado esquema integrado entre todas as usinas em funcionamento ao longo do rio. O resultado será a manutenção de um volume médio de passagem de água, independentemente da época do ano.

O controle será feito a partir da hidrelétrica de Serra da Mesa, em Goiás, onde foi implantado o maior lago em volume de água do Brasil, abrangendo uma área de 1.784 quilômetros quadrados, profundidade média de 30 metros e máxima de 127 metros. O volume de água chega a 54,4 bilhões de metros cúbicos. A usina tem capacidade para produzir 1.275 MW de energia elétrica.

PEIXE E LAJEADO
A expectativa da Aneel é de que, a partir da conclusão da formação do lago da UHE Lajeado, haverá um controle maior das águas do rio Tocantins, com reflexos positivos sobre a Usina de Tucuruí. "É certo que o controle das águas feito em Serra da Mesa e no futuro pela Usina de Lajeado, vão elevar a capacidade de produção de Tucuruí em 1.000 GWh/ano", afirmam técnicos da Aneel.

De acordo com a diretoria técnica de Furnas, a empresa responsável pela construção da Usina de Serra da Mesa, o aumento já constatado da produção de Tucuruí, a partir do controle das águas do rio Tocantins, corresponde a um valor adicional de US$ 39 milhões por ano. Quando o lago da Usina de Peixe e da Usina de Ipueiras estiverem prontos, o aproveitamento será ainda maior.

Ao garantir o controle total das águas do rio Tocantins, o ONS vai conseguir elevar a produção de Tucuruí em 2.000 GWh/ano, o dobro do que obtém atualmente. Em termos econômicos, isso representará um acréscimo no faturamento da ordem de US$ 80 milhões anuais. Os técnicos consideram, porém, que, mais do que o valor agregado, deve ser dada importância maior para a capacidade de o sistema conter futuras enchentes.

"Dentro de cinco anos, quando todas essas hidrelétricas estiverem em funcionamento, o rio Tocantins será transformado em um grande lago de águas calmas e controláveis", assegurou o engenheiro Milton Molina, que trabalha em uma empresa prestadora de serviço para Furnas. "O fim das enchentes e dos prejuízos está próximo. E isso vale mais do que qualquer faturamento. Na verdade, não tem preço".

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