VOLTAR

No Rio, em 16 meses, concedeu 2.068 licenças

OESP, Nacional, p. A4
15 de Mai de 2008

No Rio, em 16 meses, concedeu 2.068 licenças
Número supera liberações feitas em 3 anos pela gestão anterior à de Minc

Felipe Werneck e Marcelo Auler

A Secretaria do Ambiente do Estado do Rio concedeu 2.068 licenças ambientais no período de 16 meses e meio da gestão de Carlos Minc. De acordo com informações da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), vinculada à secretaria, é o mesmo número de licenças concedidas nos três últimos anos da gestão antecessora (2004, 2005 e 2006).

Na comparação divulgada pela Feema, Minc reduziu pela metade o tempo para aprovar certificações e licenças de instalação e operação. Uma das reclamações do presidente Lula quanto ao Ministério do Meio Ambiente era justamente a lentidão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na liberação de projetos.

"A letargia das entidades estaduais de licenciamento escondia certo comprometimento de algumas pessoas, que foram alijadas", afirma o professor de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Manuel Sanches, especialista em gerenciamento costeiro. Ele ressalva que é preciso ser ágil também para dizer não.

Em abril de 2007, para agilizar o licenciamento ambiental, Minc assinou protocolos para simplificar e descentralizar procedimentos administrativos. O tempo para constituir grupos de trabalho para estudos de impacto ambiental, por exemplo, chegava a 120 dias e foi reduzido para 8. O prazo de análise técnica diminuiu em até 50 dias. "Os empresários são os beneficiados diretos, com o encurtamento do tempo para a instalação de novas empresas", informou a secretaria, acrescentando que o "rigor na fiscalização foi mantido" e houve "apenas a simplificação da burocracia".

"Endurecer, mas sem perder o cronograma virou lema da gestão de Minc na secretaria", avalia o consultor ambiental Armando Brito. "Funciona como combate à corrupção, porque perder o prazo é a forma com que se faz a extorsão." A entrega de pedidos de licenciamento foi centralizada na Feema - antes, o interessado precisava dirigir-se a três balcões diferentes.

A centralização representa uma etapa preparatória para a entrada em funcionamento do Instituto Estadual do Ambiente, lei aprovada em outubro. Também foram estabelecidas parcerias com prefeituras para o repasse do controle do licenciamento de atividades de impacto local, como postos de gasolina, oficinas mecânicas, padarias, prédios e empresas de informática. Assim, a Feema fica responsável apenas pelo licenciamento de grandes empreendimentos, com alto potencial de impacto ambiental, como o Complexo Petroquímico do Rio, da Petrobrás, em Itaboraí.

OESP, 15/05/2008, Nacional, p. A4

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.