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Nativos convencem fundo de previdência norueguês a sair do gasoduto Dakota Acess

Blasting News- http://br.blastingnews.com
20 de Mar de 2017

O fundo de previdência KLP anunciou a venda de ações no valor de 55 milhões de libras de quatro empresas que investiram no gasoduto.

Não há a menor dúvida que tal decisão foi resultado dos protestos dos nativos estadunidenses, conforme noticiado em 10 de março, e as subsequentes manifestações. A empresa sustentou que a decisão é "devido ao risco inaceitável de contribuir para violações graves ou sistemáticas dos direitos humanos".

As empresas excluídas dos investimentos da KLP são Energy Transfer Partners (ETP), Enbridge Energy Partners, Phillips 66 e Marathon Petroleum.

Em 18 de março, o jornal inglês The Guardian noticiou que o Parlamento Sami na Noruega, que representa o povo indígena Sami, convenceu o fundo de pensão a se desfazer das ações no projeto em solidariedade internacional entre povos indígenas.

Vibeke Larsen, presidente do Parlamento Sami, disse ao Guardian: "Nós sentimos uma forte solidariedade com outros povos indígenas em outras partes do mundo, por isso estamos fazendo a nossa parte na Noruega, pressionando os fundos de pensão".

Os indígenas Sami vivem de pastoreio de renas e pesca e também travaram lutas contra a extração de recursos minerais e mineração em suas terras.

Em 10 de março, os nativos estadunidenses tomaram as principais avenidas de Washington, capital dos Estados Unidos, e exigiram respeito às suas terras, cultura, religião, água, bem-estar ambiental e econômico das tribos, em função da construção do extenso oleoduto subterrâneo Dakota Acess Pipeline, de 1.882 quilômetros de extensão para transportar petróleo dos campos de Bakken no noroeste de Dakota do Norte. O oleoduto passa por Dakota do Sul, Iowa e alcança os tanques de petróleo perto de Patoka, Illinois. Iniciado em 2016, o projeto custou US$ 3,8 bilhões.

Os manifestantes sustentam que o oleoduto provocará a contaminação de água potável da reserva indígena, colocará em risco de derramamento de óleo e contaminação de áreas sagradas, bem como aumentará as emissões de gás carbono na atmosfera.

Das quatro empresas excluídas do projeto, segundo noticiado pelo jornal inglês The Independent, o magnata Donald Trump, presidente dos #EUA, possuía aproximadamente de US$ 15 mil a US$ 50 mil em ações na Energy Transfer Partners (ETP). Ele vendeu suas ações no segundo semestre de 2016. Não é difícil sabermos os motivos que levaram Trump a vendê-las.

E não fica por aí: Trump também possuiu e, em seguida, vendeu suas ações investidas na Phillips 66, de acordo com notícias da CNBC. O CEO da ETP contribuiu com mais de US$ 100 mil para a campanha de Trump à Presidência dos EUA.

A decisão da KLP de vender suas ações também tem a ver com o relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos dos Povos Indígenas, no qual concluiu no início deste mês que a aprovação do oleoduto Dakota Acess foi concedida "sem uma avaliação social, cultural ou ambiental adequada" e na "ausência de Consulta significativa ou participação das tribos".

A diretora interina de investimentos da KLP, Annie Bersagel, disse que a decisão foi difícil e que o fundo de previdência levou em conta a decisão do relator especial da ONU, entre outras questões.

A decisão da KLP ocorre após a empresa de serviços financeiros da Noruega, a Storebrand, que também vendeu todas as suas ações em empresas envolvidas no projeto Dakota Acess Pipeline.

A parlamentar do Partido Verde britânico, Caroline Patricia Lucas, tem trabalhado para convencer os bancos do Reino Unido HSBC e Barclays que parem de financiar o oleoduto Dakota Acess.

Os indígenas estadunidenses continuam com os protestos e recorrendo à Justiça para impedir o início das atividades do oleoduto Dakota Acess. Só falta a colocar as tubulações num trecho que passa sob o rio Missouri.

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