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'Não estamos medindo esforços para realizar tudo', diz secretário de cultura do AM

A critica http://www.acritica.com/
Autor: Laynna Feitoza
14 de Fev de 2018

Interligar os eixos culturais da capital amazonense ao interior do Estado (e vice-versa) tem sido um dos pilares da gestão do titular da Secretaria de Cultura (SEC), Denilson Novo. Mesmo com o pouco tempo de gestão que terá à frente da pasta - apenas um ano previsto - ele sinaliza atitude e grande preocupação em deixar os projetos que não conseguirem ser entregues nesse prazo devidamente encaminhados para o próximo gestor estadual de cultura. Para a gestão atual, Novo destaca a descentralização das ações do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro e do Festival de Ópera em diversas cidades do interior, e trabalhos por políticas públicas que priorizem resultados, e não partidos.

Quais trabalhos vocês estão executando no interior do Amazonas?

Assim que assumimos a Secretaria de Cultura, nós identificamos alguns instrumentos parados dentro da estrutura da própria Secretaria. O nosso trabalho, desde o primeiro momento que encontramos essa realidade, foi dar movimentação aos municípios. Existem uma série de municípios que já foram beneficiados com entregas de violões, firmando parcerias com o Governo do Estado para que tivesse uma estrutura básica de sala de aula e professores para lecionar aulas de música. Nós podemos citar Parintins, São Gabriel da Cachoeira, Boa Vista do Ramos, Careiro da Várzea, Humaitá e outros que não me vêm à mente agora, mas quetambém entraram nesse esquema. E outros que também que vão entrar, que estamos pautando com secretários de cultura ou gestores da pasta cultural dos municípios. Nós sempre buscamos atendê-los no sentido de que eles saiam do encontro com a secretaria estadual com um benefício em mãos. Então os violões tem sido eficazes nesse processo. Aprovamos emendas parlamentares que vão nos propiciar ainda esse ano erguer algumas extensões de alguns dos projetos mais lindos que a Secretaria possui, que é o Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro. Nesse sentido, pretendemos levar atividades para pelo menos três municípios, entre eles São Gabriel da Cachoeira, Iranduba, e Borba. Ainda esse ano nós pretendemos dar início a algumas atividades de outras artes, como desenho, pintura, e uma extensão do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro nos municípios.

Quais são os outros espaços a serem visados?

O Teatro Amazonas, Palácio Rio Negro, Palacete Provincial, Centro Cultural dos Povos da Amazônia, Usina Chaminé, os teatros Gebes Medeiros e da Instalação, todos os espaços que gerenciamos, na verdade. Esses espaços estão tendo uma ocupação efetiva, em que os próprios artistas estão dando as mãos com a Secretaria de Cultura para ocupá-los e oferecer novas oportunidades à população. Nós continuamos resistindo com esses corpos artísticos de excelência, como é o Corpo de Dança do Amazonas, Orquestra Filarmônica, Orquestra de Câmara, Balé Experimental e Balé Folclórico. Podemos pautar cada vez mais para que esses corpos circulem pelos municípios do Estado do Amazonas, fazendo apresentações nesses municípios. Todas as nossas atividades, sempre que possível, estãopautando a circulação pela região metropolitana, e avançando com algumas atividades que devem se intensificar a partir de agora. Após as atividades do Carnaval é que começaremos a atuar mais efetivamente, descentralizando literalmente o ponto fixo que tinha de apresentações deles no Teatro Amazonas, para que abra espaço no próprio teatro para novas pautas. E que eles [os corpos artísticos] possam fazer apresentações em outros espaços, exercendo inclusive um potencial maravilhoso que muitos já fazem de forma independente, no sentido de oferecer oficinas e intercâmbios culturais, utilizando como ferramenta a força e a excelência dos próprios corpos artísticos.

Como vai funcionar os intercâmbios? Qual é a ideia?

Temos o próprio Corpo de Dança do Amazonas (CDA), por exemplo. Ele tem atividades que recebe dançarinos, com bailarinos que fazem acompanhamentos das atividades do próprio CDA. Queremos intensificar a participação com mais escolas, oferecer isso de maneira sistematizada. E ampliar o alcance dessas atividades com oficinas, para que a gente possa deslocar esse corpo para outros municípios de modo que, além de apresentações, eles possam fazer masterclass, workshops... Certamente é uma experiência que, quando o nosso caboclo do interior tem a oportunidade de ter acesso, e ainda assim perceber que aqueles que fazem esses espetáculos são pessoas comuns, que qualquer um pode ter e desenvolver potencial para fazer o mesmo... acredito que aí a gente começa a falar de uma política que abre espaço para novas oportunidades e amplia o seu alcance. E cumpre efetivamente nosso propósito maior de ser, que é despertar sensibilidade e gerar oportunidades para a população.

Pretendem levar o Festival de Ópera para o interior?

Nós estamos nos esforçando para realizar um festival de excelência, previsto para abril e maio de 2018. Nós estamos pautando algumas ações inéditas no sentido de despertar esse interesse da população em pontos que antes não recebiam atuações do Festival de Ópera na capital amazonense, e também em outros municípios da região metropolitana. Então pretendemos, sim. E existe interesse de alguns municípios em estabelecer certas parcerias, como por exemplo Maués. Estamos estudando e buscando formas de potencializar esses recursos e essas possibilidades. Certamente esse Festival de Ópera vai ter uma participação além do centro da cidade de Manaus. Estamos buscando a periferia, estamos buscando também os municípios da região metropolitana, e na medida do possível, se pudermos, vamos chegar mais longe. Devem receber tais ações os municípios de Iranduba, Figueiredo, Itacoatiara, Novo Airão, e os lugares mais próximos que conseguimos acessar de carro.

A ideia seria levar os artistas daqui para se apresentarem nesses municípios?

Ou ações do Festival de Ópera, pelo menos. Ações pontuais que despertem o interesse dessas populações para que venham visitar nossos equipamentos aqui na capital.

Existe a possibilidade de realizar o Festival de Cinema esse ano?

O Festival de Cinema em si ainda não tem data prevista, mas é uma das nossas ousadias que pretendemos encarar.

A Secretaria tem algum projeto destinado a estabelecer um espaço fixo para as exposições artísticas indígenas?

A Beira Rio, onde tem a Alfândega, que é um prédio lindo e histórico, foi onde nós renovamos o interesse com a Secretaria de Patrimônio da União, no sentido de ocupar esse espaço e fazer lá o nosso Centro da Cultura Indígena. É um lugar onde pretendemos concentrar pesquisas, livros, obras audiovisuais e registros existentes da cultura indígena do Amazonas. Nós abrigamos a maior população indígena de todo o País e não temos um centro de referência para pesquisa e acesso ao conteúdo na capital amazonense. Na Beira Rio, onde os indígenas podem chegar literalmente de canoa, nós teremos esse Centro da Cultura Indígena, que pretendemos chamar de Ajuricaba. Nesse lugar, além de ser um centro de referência para pesquisa e acervos, nós queremos fazer exposições e ter o espaço reservado para que as próprias comunidades indígenas e a Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro possam comercializar seus artesanatos e também a culinária indígena. Será um ponto fixo de fato para potencializar essas atividades, onde gira um potencial econômico-cultural muito forte. Além disso, que sirva também de palco para que possamos programar e pautar apresentações e rituais indígenas. Hoje o turista que chega a Manaus tem uma dificuldade muito grande de acessar ou visitar determinados lugares. Se o turista quiser ver um ritual indígena, tem que ir num lugar que não esta estruturado adequadamente para recebê-lo. Nós queremos ter nesse espaço um ambiente propício para que possamos pautar apresentações, danças e rituais indígenas diariamente para que o turista tenha acesso a isso, e que esteja dentro desse circuito do Centro Histórico de Manaus. É outro projeto ousado, que muito provavelmente não conseguiremos entregar nesse ano, mas que certamente vamos deixar tudo muito bem encaminhado para que o próximo gestor da cultura do Estado dê continuidade a essa atividade.

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