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02 de Ago de 2021
MPF abre inquérito para investigar omissão em morte de cacique da aldeia Aiporé
Da Redação - Arthur Santos da Silva
02 Ago 2021
O Ministério Público federal (MPF) determinou a abertura de investigação para apurar o falecimento do cacique da aldeia Aiporé, Kawaintai'i Kayabi, por Covid-19, em decorrência de suposta omissão no atendimento prestado pela Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Xingu. A morte foi registrada em dezembro de 2020.
Portaria assinada pelo procurador da República Everton Pereira Aguiar Araújo, nesta segunda-feira (2), solicita relatório circunstanciado sobre a morte no prazo de 30 dias. "Após o cumprimento integral de todas as diligências venham os autos conclusos".
Conforme informações do Instituto Sócio Ambiental, Kayabi testemunhou o genocídio dos Kawaiwete do rio Teles Pires deflagrado com a invasão de suas terras por seringueiros vindos do Pará e apoiados pelo extinto Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Funcionando entre 1910 e 1967, o SPI atuou com trabalho forçado chegando a acorrentar indígenas durante a noite para que não fugissem dos barracões de seringa.
Em junho, o MPF divulgou que 55 mil indígenas foram infectados pela doença e 1094 morreram pela covid-19 no Brasil. Em Mato Grosso, o número de óbitos de indígenas pela doença chegou a 159, afetando 19 povos. No país, 163 povos indígenas foram afetados pela doença. Os dados são da ONG Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
Entre as vítimas do novo coronavírus estão, além de Kawaintai'i Kayabi, a liderança Paresi, Vamdermiro Ferreira de Souza Yamore, que faria 72 anos no dia 25 de agosto, e a liderança Bakairi, Vítor Aurape Peruare, da Aldeia Pakuera, terra indígena Bakairi, em Paranatinga.
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