VOLTAR

Moradores querem unidade de conservação

Folha de Boa Vista - www.folhabv.com.br
17 de Jul de 2009

Os moradores da Serra do Tepequém estão preocupados com a invasão desordenada que está acontecendo naquela região, considerada pelo Ministério do Turismo como um dos 65 destinos turísticos. Segundo eles, isto ocorre devido à facilidade de acesso por conta do asfalto da estrada, o que, consequentemente, possibilitará a degradação mais rápida do local. Por conta disso, querem a criação de uma unidade de conservação.

O pedido é da Associação de Desenvolvimento Sustentável dos Moradores do Tepequém. A solicitação foi apresentada ao Ministério Público Estadual (MPE) e à Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Femact).

Alguns analisam a situação explicando que a estrada tem o lado positivo e negativo para a região. "A vantagem é que houve um aumento de turistas no local e isso é bom para quem lida com o turismo. Mas há desvantagens, como invasões, lixo, desrespeito com a comunidade, entre outras questões", disse a superintendente do Meio Ambiente do Amajari, Francisca das Chagas Soares.

Ela reconhece que é difícil desenvolver sem destruir, mas é preciso conscientizar as pessoas que chegam ao Tepequém, bem como a própria comunidade, sobre a importância de evitar a degradação. Conforme Francisca, a invasão começou em 2007, mas intensificou-se no ano passado.

"Eu sei que a comunidade não pode evitar essas invasões, mas tem que fiscalizar e denunciar aos órgãos competentes para que sejam tomadas providências", ressaltou Francisca, afirmando que a maioria das invasões ocorre em áreas urbanas e nas APPs (Áreas de Preservação Ambiental).

Sua opinião quanto às invasões é que seja feito um loteamento limitado, e quem adquiriu área em APP, chegando a construir próximo aos igarapés e cachoeiras, deve ser retirado.

O presidente da Associação de Desenvolvimento Sustentável dos Moradores do Tepequém, Aldenor Cosmo Cardoso, também reconhece que as invasões não ajudam, não trazem benefícios e só desorganizam a comunidade do Tepequém.

"Muitos invasores tem adquirido lote com a intenção de construir grandes negócios por aqui e isso vai engolir os moradores que já moram no Tepequém e que trabalham com o turismo de maneira sustentável", comentou Cardoso.

Comunidade decide qual categoria deve ser a unidade de conservação

Técnicos da Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Femact) se reuniram com os moradores do Tepequém na última quarta-feira. O encontro foi para apresentar o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação). No dia 30 deste mês, haverá outro encontro, com representantes do MPE, Incra, Femact, Iteraima, entre outros.

A diretora de Pesquisa e Estudos Amazônicos da Femact, Renata Azevedo, explicou que a ideia desta primeira reunião era explicar aos moradores o que são as unidades de conservação e qual a importância para a manutenção de regiões como a Serra do Tepequém.

Também foi informado que, dessa forma, é possível organizar as atividades desenvolvidas na região fortalecendo e beneficiando a comunidade local. Os técnicos apresentaram a lei que rege as Unidades de Conservação - SNUC, explicando as diferentes categorias existentes dentro dos grupos de Proteção Integral e Uso Sustentável.

Segundo ela, no Tepequém deve ser criada uma unidade de uso sustentável, tendo em vista que já existem moradores na região e os mesmos já exploram os recursos ali presentes. Entre as sete categorias desse grupo, duas se aplicam à localidade: RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) e APA (Área de Preservação Ambiental).

O presidente da Associação de Desenvolvimento Sustentável dos Moradores do Tepequém, Aldenor Cosmo Cardoso, disse que desde 2007 são realizados encontros com os moradores, e a decisão é de que seja criada a RDS, porque, além de muitas vantagens, terá um conselho deliberativo.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.