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Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satélite

MMA - www.mma.gov.br
28 de Set de 2009

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou no dia 25/09, em Goiânia, ações para estimular a conservação e o uso sustentável do bioma Cerrado. Uma das ações é a criação do Fundo Cerrado para promoção de práticas sustentáveis no bioma. A exemplo do que ocorre da Amazônia, com monitoramento constante teremos dados para fiscalização e pesquisa, o que vai permitir que as pessoas vivam com dignidade sem destruir a vegetação nativa.

Durante o evento, foi assinado um Protocolo de Intenções entre o MMA, Ibama, UFG, Conservação Internacional (CI) e The Nature Conservancy do Brasil (TNC-Brasil), com vistas a conjugar as capacidades técnicas, científicas, financeiras e políticas das instituições para o monitoramento do bioma, de forma a gerar alertas sistemáticos de desmatamento. A base será o Sistema Integrado de Alerta de Desmatamentos no Cerrado (Siad), desenvolvido pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig/UFG), com o apoio da CI e TNC-Brasil.

O Siad detectou possíveis desmatamentos em cerca de 18.900 km2 de vegetação nativa do Cerrado no período de 2003 a 2007, o que equivale a 1.900.000 campos de futebol ou a 16 cidades do tamanho do Rio de Janeiro. Os dados obtidos permitem aos pesquisadores projetar tendências futuras de desmatamento com base no padrão apresentado nos últimos quatro anos e, conseqüentemente, elaborar estratégias de conservação adequadas e preventivas. O coordenador do Lapig/UFG, Laerte Ferreira, ressalta, no entanto, que devido à resolução das imagens Modis utilizadas no Siad, não é possível verificar a ocorrência de desmatamentos inferiores a 25 hectares.

Todos os dados de alertas de desmatamentos gerados pelo Siad estão disponíveis através da ferramenta i3Geo, desenvolvida pelo MMA e adaptada pelo Lapig para o bioma Cerrado. Assim, o i3Geo-Cerrado é um banco de dados online sobre o bioma, por meio do qual é possível o acesso e manipulação de diferentes tipos de dados cartográficos e censitários, bem como a geração de mapas. O i3Geo-Cerrado pode ser acessado mediante um cadastramento simples, disponível na página do Lapig (www.ufg.br/lapig).

Em virtude da experiência adquirida na bacia do Rio São Francisco desde 2006, caberá ao Centro de Monitoramento Ambiental do Ibama - Cemam/Ibama analisar os dados do Siad, a fim de aprimorar as atividades do órgão em andamento no bioma Cerrado. Além disso, o Cemam/Ibama contribuirá com o Lapig/UFG no que diz respeito à validação dos dados em campo e desenvolvimento da metodologia, a fim de que os futuros dados de alerta de desmatamentos apresentem-se mais refinados e qualificados.

Segundo maior bioma brasileiro, o Cerrado ocupa 2 milhões de km2, ou cerca de 24% do território nacional, onde estão presentes aproximadamente 5% da biodiversidade do planeta. Apesar disso, o Cerrado tem sido definido, de maneira equivocada, como um bioma biologicamente pobre e sofre uma agressão humana sem precedentes.

No evento em Goiânia, o ministro também lembrou que das 416 espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção, 131 são do Cerrado. Para reverter esse quadro, Carlos Minc anunciou, além do Fundo Cerrado, a destinação de R$ 4,6 milhões para a gestão do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e a determinação de preços mínimos para o pequi e o babaçu que são produtos do extrativismo do Cerrado.

Encerrando a programação na UFG, foi lançado o livro A Encruzilhada Socioambiental - Biodiversidade, Economia e Sustentabilidade no Cerrado, organizado por Laerte Ferreira. O livro é uma coletânea de nove textos que documenta e sintetiza os principais resultados do Projeto Identificação de Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade em Goiás (PDIAP). Multidisciplinar e fruto de um esforço coletivo, o livro procura melhor entender os conflitos e superar a dicotomia aparentemente irreconciliável entre desenvolvimento e conservação no bioma Cerrado.

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