Revista Época-São Paulo-SP
Autor: YAWALAPITI, Aritana
14 de Nov de 2005
Esclareço que houve distorção na reportagem. Não há divisão entre o povo do Parque Indígena do Xingu. A liberação da construção da hidrelétrica (no RioCuluene) está sendo tratada pela Justiça Federal e a parte que competia a nós, indígenas, que culminou no acordo de não interferir na implementação do projeto, está sendo cumprido. A área onde foi realizado o primeiro Quarup foi identificada por lideranças detentoras da cultura. Ogrupo chegou à conclusão de que a área sagrada está 8 quilômetros abaixo da construção da hidrelétrica. Sobre meu provável deslize e pedido de desculpas, não procede, porque essa não é minha postura como líder. Foram consultados 80% das etnias do Parque para decidir o rumo das negociações. A caminhonete Mitsubishi 4X4 foi prometida pelo governador do Mato Grosso quando visitou o Parque, em 2003. Oportunidade em que foi transportado com a primeira-dama em um Toyota velho. A doação da balsa faz parte de um projeto cuja concepção é anterior ao da hidrelétrica. Sou contrário a conflitos e jamais insuflaria guerra entre meu povo e os segmentos da sociedade.
CACIQUE ARITANA YAWALAPITI, Parque Indígena do Xingu, MT
N. da R.: Não houve distorção na reportagem. ÉPOCA entrevistou vários índios que vivem no Xingu e ambientalistas que trabalham no Parque. Todos, sem exceção, confirmaram que o acordo assinado pelo cacique Aritana Yawalapiti provocou a ira da comunidade indígena e que a liderança dele foi questionada. Todas as entrevistas foram gravadas. Para o Ministério Público Federal (MPF) e para a Funai, o acordo assinado por alguns líderes não tem validade. A primeira alegação dos índios para embargar a obra foi a de que, no local da hidrelétrica, nascera o Quarup. Tanto que, na ocasião, foi elaborado um laudo antropológico a pedido do MPF. Quem afirmou que o cacique pediu desculpas e que os índios estão prontos para a guerra foi Piracumã Yawalapiti, irmão de Aritana.
Revista Época, 14/11/2005.
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