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Mércio Gomes anuncia plano de carreira e reestruturação da Funai

Site da Funai
09 de Mar de 2004

Às vésperas de completar seis meses na presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai), o antropólogo Mércio Pereira Gomes, em reunião com servidores da Fundação, reafirmou sua satisfação por estar à frente da instituição. "É relevante ter a oportunidade de desenvolver um trabalho de importância fundamental para a sociedade e a cultura brasileiras", ressaltou. Na reunião, foram discutidos temas como plano de carreira, concurso público e a reestruturação da Fundação.

Segundo Mércio, a Funai, embora tenha uma missão que esbarre em dificuldades, vem conseguindo consolidar programas voltados às comunidades indígenas. Ele destacou, entre outros, a assistência e a demarcação de terras. "Em 2004, a principal tarefa será para que a Fundação ganhe respeitabilidade", enfatizou.

O presidente comentou que uma demanda antiga, o plano de carreira deverá colocar a Funai num horizonte de mais 25 anos de realizações. "Vamos fazer um plano de carreira equivalente à carreira do Ibama", frisou. O plano, explicou, passou pelo Ministério da Justiça e atualmente está sendo discutido no âmbito do Ministério do Planejamento. A expectativa é que seja implantado ainda este ano.

Concurso - Sobre a realização do concurso público, o antropólogo comentou que a seleção para 500 funcionários já foi aprovada pelo Ministério da Justiça e que, provavelmente, ocorra no segundo semestre. Mércio adiantou, porém, que será realizado, num prazo menor, um concurso para 70 profissionais nas áreas de antropologia, psicologia, economia e engenharia florestal.

O presidente anunciou também a criação, na estrutura da Funai, de uma Coordenadoria Geral de Saúde. Atualmente, a Funasa é responsável pelas ações na área de saúde indígena.

Para Mércio, o Estado dispersou-se em ações indigenistas nos últimos 15 anos. "Existem muitas políticas para essas questões, mas que não estão coordenadas", observou. Uma das preocupações do atual governo é no sentido de agrupar essas atividades, trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Grupo de Trabalho Indígena (GTI), destacou. O grupo, presidido pelo Ministério da Justiça, com coordenação da Funai, reúne ministérios que atuam nessa área.

Na reunião, o presidente citou a histórica luta dos índios pelas terras, destacando a dos Xavante, da terra indígena Marãiwatsede, no estado do Mato Grosso. "É impressionante a firmeza como os Xavante estão aguardando a decisão da Justiça sobre a posse. É impressionante essa capacidade de espera e", afirmou. Ele reiterou ainda que existem 20 áreas a serem homologadas e que serão encaminhadas ao Ministério da Justiça.

O presidente também pretende ampliar o orçamento da Funai em 2005 e se empenhar para a realização do censo indígena. "Será um censo que não contará apenas os índios, mas que contribuirá para medir os potenciais e as dificuldades dos povos. Nossa intenção é criar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) indígena, que definirá o que é necessário para se viver bem, demonstrando que a qualidade de vida dos indígenas tem seus próprios parâmetros de desenvolvimento e felicidade", concluiu

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