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Menor é detido por morte de sertanista

JB, País, p. A4
14 de Out de 2004

Menor é detido por morte de sertanista

Marco Antônio Martins

Policiais civis de Rondônia prenderam na manhã de ontem um menor de 17 anos que confessou ter feito os disparos contra o indigenista Apoena Meireles, de 55 anos, no sábado passado em Porto Velho. Segundo o diretor-geral da Polícia Civil no Estado, delegado Carlos Eduardo Ferreira, o rapaz admitiu ter praticado o assalto porque precisava de dinheiro. Além de levar R$ 100 de Apoena, o jovem ainda vendeu o telefone celular do indigenista por R$ 70. Foi o aparelho que possibilitou a localização do rapaz. Ele foi também reconhecido pela funcionária da Fundação Nacional do Índio (Funai), que acompanhava Apoena no momento do crime.
- Esse caso já está definido. Vamos apenas aguardar a perícia nas roupas do jovem, mas isso não vai alterar o resultado das investigações - afirmou o delegado Ferreira.
Desde segunda-feira, 50 policiais civis, das Delegacias do Patrimônio, do Menor e de Operações Especiais, estavam em busca do assassino de Apoena Meireles. Os policiais procuravam seu telefone celular que foi levado no momento do crime. O aparelho, segundo o delegado Ferreira, foi vendido na madrugada de domingo, horas depois da morte do sertanista.
De acordo com o policial, o menor, após atirar em Apoena, ofereceu o celular a um grupo que jogava futebol e depois ao comprador que o adquiriu por R$ 70. Até ontem, o telefone já havia passado pela mão de cinco pessoas. Todos são investigados como receptadores.
Apoena Meireles foi sepultado na terça-feira, no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio.
O delegado Ferreira confirmou que a morte do indigenista foi o primeiro caso ocorrido no interior de uma agência bancária em Porto Velho, capital do Estado. O que surpreendeu os policiais civis e federais no caso foi a participação de um menor de idade, estudante de uma escola particular e filho de servidores públicos.
- Aparentemente o garoto não tinha qualquer motivo de praticar um ato como este. Não apresentava qualquer passagem pela polícia e sua família é de classe média, de bom nível social. Mas assusta a gente a atitude violenta desses jovens - comenta o delegado.
Mesmo com todas as evidências, segundo o delegado, a arma, que seria um revólver calibre 38, ainda não foi encontrada. O menor disse tê-la emprestado a um homem, identificado apenas como Chiquinho. O garoto contou que recebeu a arma de outra pessoa, cujo nome é mantido em sigilo pela polícia.
Após depoimento na polícia, o jovem foi levado para a Casa do Adolescente, em Porto Velho, onde aguardará a decisão do juiz da Vara da Infância e Juventude. Por ser menor, ele só pode ficar detido até os 21 anos.

JB, 14/10/2004, País, p. A4

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