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Mato Grosso discute educação indígena no Xingu

24 Horas news-Cuiabá-MT
08 de Out de 2003

A Educação Indígena dos povos do Xingu foi tema de um encontro entre a secretária de Estado de Educação, Ana Carla Muniz, e as organizações não governamentais (ONGs) Instituto Sócio Ambiental (ISA), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Associação Terra Indígena Xingu (ATIX) e Associação Indígena Yakiô, do povo Panará.

A iniciativa da discussão partiu do Instituto Sócio Ambiental, que desenvolve em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a ATIX e a Associação Indígena Yakiô, um programa multidisciplinar no Parque do Xingu, com projetos voltados para a formação de professores indígenas.

"Viemos fazer uma visita de cortesia à secretária e aproveitamos para fazer uma contextualização da situação da educação do Xingu. Também propomos manter a parceria, ampliando-a em alguns pontos, e pedimos o máximo de urgência na construção das escolas no Parque do Xingu", enfatizou a representante da Unicef, Isabel Perez de Vasconcellos.

Segundo a professora Maria Regina do ISA, a parceria com a Seduc é de suma importância para a consolidação do programa. "Eu vejo com muita alegria esta parceria, que acontece desde 1996. As estruturas físicas das escolas são precárias, apenas três das 34 existentes são de alvenaria e foram construídas pelo Governo do Estado. A construção das outras escolas é nossa meta agora", avalia.

Ana Carla garantiu que manterá os convênios já firmados, continuará disponibilizando uma funcionária da Seduc para o acompanhamento do projeto e prometeu a doação de kits escolares. A secretária disse também que a construção das escolas não será possível para este ano, mas que a partir do ano que vem algumas poderão ser construídas.

"De imediato podemos contribuir com o apoio pedagógico necessário: livros, materiais didáticos e carteiras escolares. Já para a construção das escolas, marcamos uma reunião para novembro entre os líderes indígenas com a Superintendência de Infra-Estrutura da Seduc para analisar e desenvolver plantas que respeitem as diferenças culturais de cada povo", explicou a secretária.

O presidente da ATIX, o índio Makupa Kayabi que também participou da reunião realizada no gabinete da secretária de Educação, ressaltou os avanços conseguidos pelos indígenas.

"A Fundação Nacional do Índio (Funai) não conseguia atender às demandas do Parque do Xingu, então o programa da ISA ajudou na fundação da associação dos índios para a educação indígena. Desde de então, nós nos articulamos com os governos federal e estadual e começamos a conhecer a realidade do Parque. No início, as nossas lideranças velhas não entendiam muito bem, mas agora estão começando a entender o que é a escola", frisou.

Também participaram do encontro o Secretário Adjunto de Políticas Pedagógicas da Seduc, o professor Antonio Carlos Maximo e a Superintendente de ensino e Currículo, a professora Zileide Silva.

Histórico - Desde 1994, o Curso de Magistério é desenvolvido por intermédio de duas etapas intensivas anuais de 30 dias, sendo uma por semestre. Além dessas etapas, é realizado o acompanhamento pedagógico aos professores nas escolas das aldeias. Participam do curso 59 professores indígenas de todas as etnias do Parque, os Panará e os Kaiabi da aldeia Cururuzinho da TI Kaiabi, que lecionam para 1280 alunos, entre crianças e adolescentes, totalizando 34 escolas em funcionamento.

O principal objetivo do Projeto é a formação professores indígenas para consolidar uma escola diferenciada e de qualidade, que seja protagonizada e gerida pelos próprios índios, a partir do estabelecimento de um currículo diferenciado, intercultural e multilingüe.

A criação de alfabetos e ortografia para 15 línguas (14 línguas dos povos do Parque Indígena do Xingu e a língua Panara); a produção e impressão de 16 livros didáticos, e a formação de 32 professores indígenas entre 199

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