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Mato Grosso cria programa de fitoterápicos e plantas medicinais

Portal Amazônia - http://portalamazonia.com
Autor: Izabel Santos
23 de Mai de 2016

Iniciativa pode virar política de Estado. Idealizador aposta no acréscimo de qualidade de vida a população

Sabe o chá de carapanaúba, popular na Amazônia e usado para combater inflamações? E a andiroba usada para massagear desmentiduras? Pois no Mato Grosso, o uso destes remédios populares pode ser regulamentado pelo Programa Estadual de Fitoterápicos, Plantas Medicinais e Aromáticas.

Quem teve a ideia foi o advogado e ex-vice-governador do Estado, José Lacerda. Ele é amazônida natural de Cárceres, cidade que fica no Alto Pantanal, fronteira com a Bolívia, mas dentro da Amazônia Legal. "Há muitos anos eu enfrentei um problema de saúde sério. Fui desenganado pelos médicos. Tudo o que eu podia fazer naquele momento era tentar me manter vivo, e guiado pela esperança, encontrei a cura nas plantas", relata.

Lacerda se posiciona como árduo defensor do uso de plantas medicinais e fitoterápicos em tratamentos de saúde e prevenção de doenças. "Não concordo com a metodologia aplicada pela indústria farmacêutica", diz. "Tenho consciência do que defendo [plantas medicinais e fitoterápicos] e a importância disso para a qualidade de vida das pessoas".

"Todo o Mato Grosso tem condições de contribuir para o programa. Nós somos um Estado grande territorialmente e que abrange três biomas: a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal. Além disso, o meio ambiente é um bem de interesse coletivo e precisamos aproveitar essa tese em uma atividade econômica da agricultura familiar", opina.

A iniciativa matogrossense vem sendo aperfeiçoada há mais de 10 anos, agora o projeto foi transformado em minuta e encaminhado ao governador Pedro Taques (PDT) e tem grandes chances de virar um programa de Estado. "O aproveitamento do patrimônio genético e princípíos ativos do Mato Grosso pode reduzir o custo com a saúde pública nos municípios", avalia Lacerda que já foi deputado federal por três manadatos.

Com a implantação do programa, vai ser possível propor, elaborar e implantar diretrizes na preservação da cultura popular do uso de plantas medicinais, no cultivo, produção industrial e produção magistral de medicamentos e sua comercialização. A iniciativa também abrange a pesquisa, qualificação e capacitação de recursos humanos para desenvolvimento de atividades.

"Já estamos enviando ofícios para universidades de todo o Brasil para pedir contribuições. Até pessoas da cultura popular, que usam plantas como medicamentos, devem contribuir com seus conhecimentos", diz Lacerda que aposta no sucesso do programa pelo bom desempenho matogrossense no agronegócio.

"Nós somos um estados territorialmente grande, com população pequena, com clima favorável e, aliados a avanços da tecnologia, consolidamos o Mato Grosso como um Estado produtivo. Já somos líderes na produção de soja e milho, e em breve seremos os maiores em piscicultura. Aqui, o Estado cria as normas e não atrapalha a vida do produtor, pois precisamos simplificar a vida das pessoas", diz exlicando o que pode ser a receita do sucesso do programa.

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