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Manifestantes invadem usina em Rondônia

FSP, Brasil, p. A9
12 de Mar de 2008

Manifestantes invadem usina em Rondônia
Com apoio de sem-terra, protestos atingem seis Estados e interrompem obras no Maranhão e no Ceará

Cíntia Acayaba
Da agência Folha

O MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) invadiu ontem uma usina termelétrica em Rondônia e promoveu ações em mais seis Estados.
Os protestos -que interromperam as obras de uma usina hidrelétrica, no Maranhão, e de um projeto hídrico, no Ceará- antecipam o dia internacional de luta contra as barragens, comemorado em 14 de março.
Integrantes da Via Campesina e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que desde o último dia 4 realizam protestos pelo Dia Internacional da Mulher (8 de março), deram apoio às ações contrárias ao atual modelo energético brasileiro e à construção de barragens.
Segundo o MAB, as ações devem continuar até sexta-feira.
Em Rondônia, cerca de 700 pessoas, conforme o MAB, invadiram a unidade termelétrica Rio Madeira, em Porto Velho.
A Eletronorte, estatal que administra a usina, estima que eram 500 manifestantes.
O MAB reivindica o assentamento de 650 famílias que foram desabrigadas com a construção da Usina Hidrelétrica de Samuel, na década de 80, também em Porto Velho.
A Eletronorte disse que "já cumpriu com todas as obrigações com a construção da barragem". Até o fim da tarde de ontem, os manifestantes permaneciam na usina, que não estava gerando energia -ela só é ativada em casos de estiagem.
No Maranhão, cerca de 300 manifestantes acamparam ontem na entrada do canteiro de obras da usina hidrelétrica de Estreito, localizada no município de mesmo nome.
O Consórcio Estreito Energia, responsável pela construção da usina, disse que a obra está paralisada e que os 1.500 trabalhadores foram retirados.
Os manifestantes pedem melhorias nas indenizações dos atingidos pela barragem.
No Ceará, cerca de 700 pessoas interromperam os trabalhos de um canteiro de obras do Canal de Irrigação, em Morada Nova. Para o MAB, o projeto hídrico para o abastecimento da região metropolitana de Fortaleza beneficia indústrias siderúrgicas. O governo estadual disse que a obra é "de extrema necessidade e é prioritariamente para o consumo da população da região da capital".
Manifestantes também protestaram em frente à hidrelétrica de Machadinho (RS) e na portaria da hidrelétrica de Salto Santiago (PR). Também houve ações em Erechim (RS) e João Pessoa (PB).

FSP, 12/03/2008, Brasil, p. A9

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